Angel
Não tive infância, nem sei o que é brincar ou ter amigos humanos, os únicos amigos que já tive, foram dois lobos que fiz amizade por acidente.
Minha família me odiava tanto que me torturava quase todos os dias por simplesmente existir e ser diferente.
Sou um lobo mestiço!
Mas não posso me transformar completamente. Quando fico com raiva, minhas orelhas e rabo aparecem.
Então minha vida virou um inferno depois da morte do meu pai, foi aí que começaram as torturas.
Implorava para não fazerem isso comigo, mas eles não paravam com a tortura que marcava meu corpo.
Quando eu tinha onze anos, um dos meus irmãos tentou me estuprar, só não me estuprou, porque minha mãe apareceu e surtou, ele se defendeu e disse que eu o seduzi e claro minha mãe acreditou nele, ela me olhou com nojo e então disse ao meu irmão mais velho.
Você sabe o que fazer!
Suas palavras me congelaram, eu sabia que ia morrer, então ele me puxou para fora e me obrigou a entrar em seu carro e dirigiu para a floresta e me fez andar por horas, pensei estar tendo um pesadelo.
Porque o mais velho foi o único que não me torturou, tratou das minhas feridas e às vezes me ensinou a ler e escrever.
Ele sempre tinha uma expressão neutra e eu não sabia se ele gostava de mim ou se fazia por obrigação.
Ele para e meu coração dispara, então ele me diz para me virar e eu o vejo pegar sua arma.
"O que meu irmão disse é verdade?"
"Ele tentou tirar minha roupa, mas sua mãe apareceu e ele mentiu quando disse que tentei seduzi-lo.
Sem dizer nada, ele apenas olhou para mim, meu coração batendo forte no meu peito.
"Você não tem o nosso sangue"
"Como isso?"
"Meu pai era caçador e um dia trouxe uma recém-nascida, disse ser filha de um amigo caçador que se envolveu com uma loba imunda, e para salvar a filha de outros caçadores, pediu ao meu pai que a criasse em segredo"
Então tudo fez sentido.
A tortura diária, o ódio que todos sentiam por mim.
"O que aconteceu com meus pais verdadeiros?"
"Eles foram mortos por caçadores"
Caí de joelhos e soltei um grito de dor, eu só queria ser amada, era tão difícil deles me amarem?
Comecei a chorar desesperadamente, então senti braços me envolver, e pela primeira vez na vida, senti um pouco de carinho por aquele que deveria apenas me ensinar.
"Fuja! Mas prometo que, assim que estiver forte, irei atrás de você e fica viva até lá."
Olhei para ele e ele enxugou minhas lágrimas e eu senti uma nova sensação pela primeira vez.
Esperança!
Aquele que pensava ser meu irmão de sangue me deu dinheiro e explicou como usá-lo. Sua voz e mãos trêmulas mostravam que ele estava nervoso.
"Fiz uma promessa, mas fui covarde e acabei quebrando. Mas desta vez vou cumpri-la"
Ele me abraçou forte o suficiente para me deixar sem palavras. Então ele me solta e beija minha testa e se levanta, entra em seu carro e vai embora.
Mas em vez de fazer o mesmo, fico parada no mesmo lugar, tentando entender o sentido da minha vida.
Por que nasci, se ninguém se importa comigo?
Por chorar muito e estar cansada, deitei no chão e adormeci rapidamente. Quando acordei, estava em um quarto e um homem estava sentado ao lado da minha cama.
"Não tenha medo, minha criança"
" Quem é você?"
"Sou Draco, estava andando e encontrei você dormindo na floresta e trouxe para o minha cabana de caça. Quem é você, onde estão seus pais?
"Eles estão mortos e eu não sou ninguém"
"Perfeito! A partir de hoje, você ficará comigo"
Alguns dias depois, descobri que o Sr. Draco era um vampiro, ele cuidava de mim e até me amava muito.
Ele me treinou em diferentes estilos de luta, ele me fez uma máquina de matar perfeita, minha lealdade será para ele para sempre.
Pertenço a ele...
Anos morando só nós dois, agora ele quer que eu vá morar na mansão onde moram os filhos dele, o que me surpreendeu. Então ele fala sobre seus filhos
Eles são todos vampiros.
Arrumo as malas e ele me leva até a mansão e horas depois chegamos em uma propriedade enorme e mais a frente vejo um casarão.
Quando o carro para na frente de casa, o motorista abre a porta e eu saio do carro e olho a casa enorme.
— Você gostou?
— Muito exagerado — eu respondo e ele ri.
— a partir de agora, você vai morar aqui e está proibida de matar, entendeu?
— Sim, senhor
— Sei que você não está feliz com essa mudança. Mas já é hora de você interagir com outras pessoas da sua idade.
— mas gosto de morar com você — digo e ele me abraça forte
— venha conhecer seus novos irmãos — ele pega minha mão e começa a andar e a porta se abre e vejo um mordomo
— bem-vindo, Sr. Draco — ele fala e se curva — os jovens senhores estão esperando — entramos
— anos depois, o velho voltou e trouxe comida
— a Angel não é comida. Ela morará com você de agora em diante e quero que todos a tratem com respeito.
— vamos cuidar bem dela, pai — diz um dos meninos e sorri
— para esclarecer as coisas. Você está proibido de tocá-lo.
— não vai ser possível mesmo — digo e todos me olham — meu senhor, prometi não matar ninguém, mas não sei se vou cumprir minha promessa
— matem-nos — todos riem — o que pode fazer uma humana fraca pode fazer?
— ela pode facilmente matar um de vocês, porque eu a treinei para ser a melhor
— Eu entendi! É sua cadela — fale e fico com raiva e correr até ele e coloco uma adaga em sua garganta — ela é rápida - pensou
— Angel — Draco me chama — venha — me afasto e vou até ele — cuidado com o que fala perto dela, diferente dos humanos, Angel não tem emoções
— mas ela me atacou
— você foi desrespeitoso. Então pense nisso da próxima vez que abrir a porra da boca, Angel é como uma filha para mim e isso a torna sua irmã, então seja mais educado, Pietro.
— Tanto faz — ele diz e sai.
— Apolo
— sim, meu pai
– Angel obedecerá às suas ordens e de mais ninguém, certifique-se de que ela não mate ninguém.
— Sim senhor
— Ela permitira que você se alimentem do sangue dela. Mas as relações sexuais são proibidas, vocês já tem a outra humana para te dar prazer.
— ninguém vai tocar nela, pai
— ótimo — ele fala e vira para mim — qualquer coisa que precisar pergunte ao Apolo, ele vai cuidar de você — ele fala e me abraça
— você irá me ver?
— sim — diz ele e beija minha testa — se cuida, anjinho
— Vejo você em breve, meu senhor — dig, e sai
– Acho que não precisamos nos apresentar — diz Apollo.
— Não, senhor Apolo
— pelo menos você tem educação
— você poderia me mostrar meu quarto? — pergunto e ele começa a andar e eu o sigo, alguns minutos depois, ele para em frente a uma porta branca, quando abro, vejo que o quarto é exagerado — muito obrigada por me mostrar o quarto — agradeço e me curvo
— meu pai te matriculou na escola e você começa hoje e eu não tolero atrasos, se você não quer ser punida, não se atrase
— Entendo — digo e ele sai — Não gosto do cheiro desses vampiros — pensei — Vou ter dificuldade em morar aqui — Fecho a porta
Apolo
Quando meu pai me ligou e disse estar trazendo uma menina para nós, pensei que ele estava louco.
O velho não aparece há mais de vinte anos e agora está trazendo uma humana para viver com um bando de vampiros famintos.
Angel!
Ele não falou muito sobre seu novo animal de estimação, apenas disse que ela diferia das outras pessoas
Perfeito! Serei babá
Não entendo porque ele me deu essa responsabilidade, sabendo que Benjamin é o primogênito e agora tenho que cuidar dela e dos meus irmãos.
A humana é pequena, mas tem belas curvas, seus olhos verdes não mostram nenhuma emoção e sua voz estridente é fria e sinistra.
Ela é tão bonita!
Maldição! Nunca me interessei por nenhuma mulher, humana ou vampira. Mas só foi ver minha nova irmãzinha, estou parecendo o Pietro.
Você é um cavaleiro, então comporte-se, Apolo!
Eu a deixo e volto para a sala e meus irmãos discutem sobre nossa nova irmã.
Eles não entendem que não podem tocá-la e ainda estão tirando na sorte para ver quem irá comer primeiro.
Isso vai me dar dor de cabeça.
— vocês ouviram nosso pai, estamos proibidos de colocar a mão nela
— do que adianta ter uma humana aqui, se a gente não vai nem poder comê-la — diz Pietro com raiva — faça alguma coisa, Benjamin
— Angel está sob minha responsabilidade e se algum de vocês tocar em uma mecha do cabelo dela, será punido — falo sério — Angel não é uma garota normal, você viu como ela é rápida e se quiser continuar com seu pau, então fique em seu canto, Pietro
— chato!
— vocês viram, ela não tem expressão no rosto, como se não sentisse nada — diz Félix
— Já quero ouvi-la gemendo o meu nome — diz Pietro e eu suspiro — mas é uma pena que não vai acontecer, porque ela é só uma fonte de alimento
— vocês tem a Dakota para satisfazê-los, então pare de reclamar — digo com raiva
— Quero comer carne nova. Quero ver aquele rosto inexpressivo se contorcer de prazer, enquanto eu a fodo com força.
— tentador — diz benjamim e eu olho para ele — vai dizer que não quer a mesma coisa?
— Sigo ordens
— Desde quando você segue as ordens do velho?
— não importa, ordens são ordens
