"Ai... está doendo muito!"
Valeria, que ainda estava em um sono profundo, sentiu-se extremamente desconfortável. Então, virou-se e rolou sobre o peito largo de um homem.
O toque de um completo estranho a fez acordar, assustada, e o que ela viu foi o rosto bonito do homem.
A princípio, Valeria achou que estava sonhando. Desacreditada, estendeu a mão para tocar o rosto à sua frente.
Quase que ao mesmo tempo, o homem despertou e olhou diretamente para ela. Quando o olhar dos dois se encontraram, Valeria deixou escapar um grito e pulou para o lado.
Então, percebeu que não estava vestindo nada. "Quem... quem é você? Por que você está aqui?" Ela pegou o lençol na mesma hora e se enrolou nele.
O homem estreitou os olhos e finalmente os deixou descansar na clavícula de Valeria. Com o olhar sombrio, ele disse em voz baixa: "O seu salvador".
O salvador dela? Espantada, Valeria encarou aquele homem lindo e logo se lembrou da voz ressentida que tinha ouvido na noite anterior antes de perder a consciência; era de Ashley Evans, sua melhor amiga.
"Valeria, eu acabei de colocar a poção do amor na sua bebida, e, como eu sou sua amiga, achei o melhor cafetão daqui pra você, ele é jovem e bonito. Aproveite! Acho que quando o Mason vir as suas fotos se divertindo com outros homens, ele logo vai terminar com você. E aí, como planejado, eu vou ser a nova namorada dele."
Então esse cara bonito era o cafetão que Ashley tinha encontrado para ela? Ela realmente tinha tido um caso com ele na noite passada?
Ao pensar naquilo, Valeria se sentiu muito irritada, e seu rosto ficou pálido. Ela pegou o travesseiro a seu lado e jogou no homem: "Seu... Você vai ver só! Vou te colocar na cadeia, e você nunca mais vai sair de lá!"
Diante de tanta raiva, o homem pegou o travesseiro com calma, sem deixar uma gota de medo transparecer: "Você me abraçou ontem à noite, e, na verdade, concordou com tudo o tempo todo. Você acha que a polícia vai acreditar em você?"
"Seu..." Valeria mordeu o lábio e estremeceu de ódio.
Apesar de estar muito irritada, ela manteve o bom senso.
O homem tinha razão, ela não podia denunciá-lo à polícia. Na noite passada, ela tinha caído na armadilha de Ashley e ficado inconsciente. Provavelmente, não tinha resistido e se ofereceu para dormir com ele. Portanto, a polícia não acreditaria nela.
Mas se não recorresse à delegacia, sua inocência seria arruinada por um homem de nível inferior. Que canalha!
Valeria não conseguia aceitar o fato de sua virgindade ter sido tirada por um cafetão rude.
Vendo o desespero no rosto da mulher, o homem sentiu um pouco de pena.
Ele olhou para as manchas vermelhas no lençol e disse em voz baixa: "Apesar de ter sido você quem se jogou em mim ontem à noite, eu posso cuidar de você, se quiser".
Um cafetão cuidar de alguém? Aquilo por acaso era uma piada?
Sentindo-se provocada de novo, Valeria apontou para ele e gritou, fora de controle: "Saia daqui agora! Ou eu te mato!"
Diante da histeria dela, o homem se levantou, pegou suas roupas casualmente e as vestiu sem nenhuma preocupação.
Depois de ficar pronto, ele virou a cabeça, tirou um cartão do bolso e o entregou a Valeria: "Se você voltar aqui, me ligue. Estou falando sério..."
Mas a mulher rasgou o cartão sem nem dar uma olhada: "Saia daqui!"
Sem ter outra escolha, o homem lhe deu uma última boa olhada e saiu.
Depois de fechar a porta, ele ouviu a garota soluçar no quarto. Ele parou por um minuto, então balançou a cabeça e saiu a passos largos.
Ao vê-lo, dois homens que pareciam ser guarda-costas apareceram em silêncio no final do corredor e o cumprimentaram respeitosamente: "Jovem mestre William!"
Como superior, o homem recuperou sua usual expressão de dignidade e indiferença e disse: "Pesquisem quem é a garota e me informem o mais rápido possível".
"Sim, senhor!"