A noite à beira-mar era inebriante. A brisa noturna soprava, e pequenas rajadas de vento penetravam pela janela semiaberta do carro, agitando o cabelo curto de Sandy, como se fosse para provocar as duas pessoas dentro dele.
"Ah..."
Os lábios de Sandy foram delicadamente pressionados pelos lábios finos de um homem, e tudo que ela conseguiu fazer foi emitir um leve suspiro.
Sandy havia se entregado ao charme do homem. Ela sabia que aquilo não era certo, mas eles não conseguiam resistir um ao outro.
Além disso, ambos estavam sob o efeito do vinho, ou seja, tudo já estava meio que encaminhado.
Ela foi pressionada fortemente no assento. Após o beijo, os olhos dele, os quais pareciam obsidianas, focaram na face de Sandy, enquanto sua grande mão gentilmente acariciou os lábios dela.
Quando seus olhares cruzaram-se, uma batalha feroz parecia ter iniciado-se entre eles.
A temperatura dentro do carro continuava aumentando cada vez mais. O estranho e atraente sentimento, semelhante às ondas do mar, afogava Sandy.
Ela se entregou nas mãos do homem. Na mente dela, não havia nada além dele.
O aroma encantador e masculino estava a invadindo lentamente, de forma dominante e forte.
Sua voz baixa ecoava no carro, implorando: "Por favor, me c*me..."
O homem sorriu misteriosamente. No escuro, mal era possível ver a silhueta de seu perfil, embora muito brilhante.
Sandy estava surpresa. Como um manobrista podia ser tão bonito?
A "guerra" no carro havia acabado de começar.
Sandy segurou com firmeza o ombro dele e não conseguiu conter seus gritos: "Ai... isso dói!"
A sua voz delicada ecoou no carro, e a dor intensa era insuportável.
O homem parou, por um instante, e pareceu estar um pouco surpreso enquanto segurava o assento do carro com as mãos. "Essa é a sua primeira vez?", ele perguntou.
Mas ninguém respondeu. A mulher já desmaiou.
—
Oito horas atrás.
O casamento estava marcado para ser em um hotel perto do mar Windermere. Sandy ficou em frente ao hotel e pensou por bastante tempo.
Afinal, o anfitrião do casamento não a convidou.
Ela definitivamente não era bem-vinda no casamento do seu ex-namorado e ex-melhor amiga.
Quando ela entrou no hotel, já estava destinada a se humilhar.
No quarto do hotel, a especialista em beleza estava ajudando Flora a se maquiar. Flora, diante do espelho, estava elegante e atraente, com um olhar pretensioso e complacente.
Sean estava ao lado dela com seus olhos cheios de amor, enquanto dizia: "Flora, você tá muita linda hoje. É uma honra poder casar com você."
Flora sorriu encantadoramente e piscou para Sean quando respondeu: "Por que você não vai ao salão de casamento lidar com os convidados?"
Sean levantou-se, caminhou em direção a Flora e segurou seu ombro de forma íntima. "A beleza tá aqui nesse quarto. Como posso ir para outros lugares?", ele argumentou com um flerte.
Flora disse brincando: "Você é um chato... Não tem só eu aqui!"
Quando ela terminou, Sandy já estava parada na frente da porta, com muita vergonha.
Ela olhou diretamente para o casal apaixonado.
Sean e Flora mudaram de expressão instantaneamente.
Olharam para Sandy como se ela fosse um monstro. Quase ao mesmo tempo, eles disseram: "Por que você tá aqui?"
Eles soaram enojados.
Sandy estava chateada e decidiu colocar esse sentimento para fora: "Se não fosse por mim, vocês entrariam em um palácio sagrado de casamento como esse? Afinal, eu sou uma casamenteira. Tudo bem não terem me convidado, mas por que me afastaram?"
A expressão de Flora mudou completamente. Ela se levantou furiosa, apontou o dedo na cara de Sandy e disse: "Sandy, eu não esperava que você fosse uma pessoa tão ruim assim. Você quer até arruinar meu casamento!"
Sandy deu de ombros: "Quando foi que eu disse que ia arruiná-lo?"
Ela simplesmente não conseguiu se conter para não ir lá. Talvez apenas a presença dela já significava, por si só, destruição para eles.
Mas essas duas pessoas destruíram a vida dela. Por que ela deveria ficar de braços cruzados?
Sean também deu um passo à frente e disse: "Se você realmente não quer causar problemas, saia daqui agora. Nós não queremos te ver, especialmente agora."
Sentindo que aquilo tudo era ridículo e terrível, Sandy olhou para o homem na sua frente que, certa vez, disse que não se casaria com ninguém além dela.
"Você não se sente culpado por mim até agora?"
Ela olhou atônita para Sean e o questionou sem qualquer hesitação.
Flora percebeu que havia algo de errado e avançou para dar um tapa em Sandy, a qual, nessa hora, ficou paralisada.
"Saia desse hotel agora! Eu não permitirei que ninguém arruíne nossa felicidade. Vou usar tudo o que tenho pra proteger nosso amor!"
A mão de Sandy cobriu suas bochechas ruborizadas. "Você não tá protegendo. Tá roubando!", ela gritou.
Depois de suportar por tanto tempo, ela finalmente explodiu.
"Você se aproximou de mim por um ano só pra roubar meu namorado. Você disse que queria trabalhar comigo, mas era só pra plagiar meu trabalho e, depois, me culpar. Você tá satisfeita agora? Meu namorado se tornou seu marido, e meu trabalho também é seu agora! Além disso, até fui culpada por plágio e banida da área do meu trabalho... Você tá satisfeita, Flora?"
Sandy nunca pensou que sua melhor amiga puxaria impiedosamente seu tapete.
Antes que Flora pudesse falar, Sean deu um passo à frente e empurrou Sandy para fora: "Não fale besteiras aqui. Se ousar difamar a Flora novamente, não me responsabilizarei pelas minhas atitudes rudes!"
Na verdade, ele já havia agido daquela forma antes.
Sandy cambaleou e caiu no chão. Seu tornozelo já estava doendo, mas sua dignidade a fez se levantar, apesar da dor intensa, e olhar fixamente para as duas pessoas que estava na sua frente.
Flora correu para perto de Sean, fingindo ser delicada enquanto chorava incessantemente.
Na verdade, essa pessoa chorando estava totalmente bem.
Sandy respirou fundo e disse por fim: "Ninguém pode destruir sua felicidade, porque p*ta e vilão vivem pra sempre!"
Sandy saiu depressa. A jovem ainda conseguia ouvir os xingamentos atrás dela, os quais diziam que ela era louca. Não querendo esperar nem um segundo a mais pelo elevador, então ela foi pelas escadas.
...
Na verdade, ela não prestou atenção para onde estava indo. Quando percebeu, já estava no estacionamento subterrâneo.
As luzes do estacionamento estavam fracas.
Ela entrou em pânico devido ao seu medo leve do escuro.
Viu vagamente um motorista uniformizado procurando por um veículo. A luz de um carro de luxo que estava perto dela se acendeu, e ela correu rapidamente na direção da claridade.
O manobrista franziu o cenho seriamente, como se estivesse em constante estado de alerta em relação às pessoas que se aproximavam dele. Ele já estava de mau humor, mas ficou ainda mais irritado quando foi perturbado do nada daquele jeito.
"Saia do meu carro!"
Vincent disse com um tom frio.
Sandy não estava muito melhor ainda. Bem na hora em que o carro de luxo foi destravado, ela abriu rapidamente a porta do lado do passageiro.
"Esse carro é seu? Mas você é só um manobrista...!"
O olhar de Vincent permanecia frio. Ninguém ousava desafiar a sua paciência daquela forma.
