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Sangue Vermelho do Alfa

Sangue Vermelho do Alfa

En proceso

Lobisomem/Vampiro

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Introducción

No mundo humano, lobisomens e vampiros são criaturas de histórias fantásticas, mas nós não estamos no mundo humano. Aqui as criaturas dos mitos somos nós e tanto os lobisomens quanto os vampiros temem os humanos, atribuindo-lhes poderes mágicos quase irreais. É aqui que Nice deve sobreviver enquanto enfrenta os traumas de seu recente rompimento e descobre seu potencial. Mas não é uma tarefa fácil já que ela deve sobreviver ao tratamento do rei Lycan, que a odeia quase tanto quanto a deseja, afinal a lua a marcou como sua companheira. Conseguirá Nice sobreviver ao seu captor Lycan? Algum de todos esses mitos sobre seu poder poderia ser verdade? Só saberemos investigando sua história.
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Chapter 1

A chegada

É apenas mais um dia de trabalho para Nice, mais um dia em que ela luta para voltar a ter uma vida normal após a sua tumultuosa separação com o ex.

Acorda cedo, desliga o alarme do celular, tentando não acordar a irmã mais nova na cama de baixo do beliche.

Prepara-se para o trabalho, penteando sem vontade o seu curto cabelo loiro cinza estilo bob e maquiando um pouco o rosto para evitar as incômodas perguntas de "você está bem?". Não é que ela seja excelente em maquiagem, mas pelo menos consegue disfarçar suas olheiras e encobrir as espinhas que insistem em aparecer. Odeia quando têm, mas, considerando os dias do mês, entende por que tomam conta do seu rosto. Depois de pegar suas coisas e guardá-las na mochila, olha seu reflexo no espelho, verificando sua roupa: uma calça jeans azul de cintura média e uma blusa preta, juntamente com seus all-stars completamente pretos.

Checa se tem tudo que precisa na mochila enquanto toma um café bem forte e doce, a sua versão rápida de café da manhã, ouvindo o barulho irritante dos cães da mãe que latem como loucos do quintal. Ela não entende a obsessão de sua família em adotar tantos cachorros. São barulhentos e incomodam, mas ela já não mora mais ali, parou de ser a sua casa quando foi morar com Brad, e a sua volta é apenas temporária, pelo menos é o que ela espera, então ela não pode reclamar das irritantes mascotes.

Ao terminar, caminha meio sonolenta para o ponto de ônibus que a levará para o trabalho. Não pode reclamar, pelo menos conseguiu um trabalho de estagiária em um centro de pesquisa. Esse era um dos seus objetivos desde que se formou em biologia há apenas um ano. Bem, um de seus objetivos, seus planos em geral eram outros, mas Brad, seu ex, decidiu destruí-los, junto com seus sentimentos.

Ainda dói em seu peito o fato de ter perdido seu primeiro e único namorado. Ele era carinhoso e atencioso com ela, até romântico, e foi assim por 6 anos, mas desde que começaram a morar juntos, há 4 meses, ele se tornou um completo idiota, partindo o coração de Nice.

Isso acabou com a capacidade de Nice de confiar em alguém além dela mesma. Já deveria ter aprendido sobre isso considerando sua infância, mas, ela estava apaixonada e pensou que Brad era o seu destino, dando-lhe finalmente sua recompensa por sempre virar a outra face.

Ainda dói o resultado com Brad, ela esperava outra coisa, nada grande, apenas que ele cumprisse suas promessas de amá-la e cuidar sempre dela. Brad adorava fazer promessas de amor eterno, dizendo o quanto a amava e que apesar de ela estar em uma situação econômica muito abaixo dele, no futuro ele iria se assegurar de que ela não lhe faltasse nada.

Essas malditas promessas são as que mais machucam Nice. Afinal, quando Brad teve a oportunidade de cumprir com elas, começou a se distanciar. Aparentemente, seu ex não tinha nenhuma intenção de respeitar suas próprias palavras.

Nice suspira enquanto aumenta o volume de seus fones de ouvido sem fio, deixando a música abafar as queixas da sua mente.

Ela se deixa levar pela voz melodiosa da cantora do Evanescence. Sempre gostou dessa banda, desde que a ouviu pela primeira vez, aos 14 anos. Mesmo com sua compreensão quase limitada do inglês naquela época, a voz e a melodia de suas músicas preenchiam a sua mente, criando impulsos em seu coração.

Isso a relaxa, mas na sua situação atual não basta para acalmar a angústia em seu peito. E mais considerando os sonhos que começaram a perturbá-la nos últimos dias.

Ao chegar ao local de trabalho, desce do ônibus e vai até a guarita de entrada, mostrando seu crachá provisório ao segurança.

Com um sorriso desconfortável, como é nova, ninguém a conhece e ela se sente desconfortável interagindo com as pessoas que aparentemente não lembram do seu rosto, mesmo já estando ali há um mês.

O segurança lê com desconfiança o seu crachá, pela quarta vez esta semana, antes de liberar a passagem.

Nice suspira e ajusta melhor sua mochila no ombro enquanto começa a caminhar pelo estacionamento e depois pela rua que leva ao seu departamento.O centro de pesquisa é um lugar bastante grande, composto por vários edifícios separados uns dos outros, neste caso, deve ir até o último departamento. Geralmente, todos ali andam de carro e a locomoção não é incômoda, mas ela, sendo uma estagiária de baixa renda, nem pode sonhar em ter algo assim. Com o que ganha, mal consegue cobrir a passagem de ônibus.

O lugar é bastante relaxante, com árvores do paraíso nas laterais da rua que perfumam a paisagem nublada. A longa caminhada até o seu departamento de pesquisa permite que relaxe antes de começar o dia de trabalho.

Seu trabalho é simples, como estagiária de doutorado na área de entomologia, dedica-se a classificar insetos extraídos de diversos setores e catalogá-los. Parece algo chato, mas ela adora insetos e as horas voam enquanto trabalha com sua lupa.

Não é um trabalho bem remunerado, mas é o que gosta e luta por isso. Realmente luta, as pessoas hoje em dia só valorizam o seu título dependendo de quanto ele enche a sua carteira, ela poderia ter sido médica, como a sua mãe tanto queria, mas não era isso que queria. Mesmo assim, ela tentou, foi bom que decidiu desistir antes de perder tempo em algo que não gostava. Uma coisa é gostar de ciências, mas ela não se via curando pessoas. E um médico que não cura pessoas é algo sem muito sentido para ela. Ainda assim, sua decisão causou caos em sua família, ninguém entendeu sua escolha, dada sua capacidade, acreditaram que ela seria capaz de coisas "melhores", alias, melhor remuneradas. Mas ela não precisa da aprovação das pessoas que só querem criticar, só precisa de sua própria aprovação, ela aprova sua vida, ou o que restou dela.

Faltam apenas alguns metros para chegar ao seu departamento, e Nice respira fundo, sentindo a brisa que sopra pela tempestade iminente que se forma em sua cabeça. Mas o céu mostra uma área inusitadamente limpa onde se vê uma enorme lua cheia ainda visível apesar do dia... Por algum motivo, olhar para lá inquieta o coração de Nice, lembrando-a de fragmentos confusos do seu sonho. Aquela noite ela sonhou com braços quentes envolvendo seu corpo, quis acreditar que era apenas a sua mente reclamando da falta de Brad, mas algo no sonho lhe dizia que não era ele quem a abraçava. Nem Brad nem ninguém provocou o que o mistério de seu sonho causou nela. Segurança. Estando envolvida por braços musculosos e quentes protetores. Com frustração, Nice afasta a mente desses pensamentos, não ajuda pensar nisso.

Que bom que está quase chegando, só mais alguns passos. Ao ver a porta do lugar, estende o braço para tocar a campainha e esperar alguém descer para abrir, dado que o seu local de trabalho fica no segundo andar, mas a campainha nunca tocou, e o lugar onde Nice estava há instantes agora está vazio, sendo ocupado pelas folhas que viajam com o vento.