Amelia Grace Brown olhava seu reflexo no espelho, satisfeita com o penteado e a maquiagem impecável. Seu vestido caía perfeitamente em seu corpo, fazendo-a sentir-se irresistivelmente sexy. Enquanto admirava sua própria beleza, de repente se perguntou por que ainda estava com um homem que não a merecia. Apostava que Damian nem sabia o que ela fazia para viver. Ela tinha alcançado um sucesso notável em sua carreira, mas, para Damian, não passava de uma esposa irritante.
Como poderia ter ficado casada por quatro anos com um homem que sequer se importava o suficiente para respeitá-la? A resposta era simples: amor. Quatro anos atrás, quando o avô de Damian gentilmente sugeriu que ela conhecesse seu neto, ela não recusou. Não tinha expectativas; concordou por educação.
Mas no momento em que viu Damian se aproximando dela, sentiu como se todo o mundo tivesse desaparecido, restando apenas os dois. Ela se apaixonou perdidamente por aquele homem devastadoramente bonito. Damian era um metro e noventa, vestindo apenas uma camiseta simples e jeans, mas seus músculos poderosos eram impossíveis de ignorar — como os de uma fera selvagem. Seus traços pareciam esculpidos pelo próprio Deus com precisão divina. Meu Deus, ele era deslumbrante. Se ele estivesse entre estátuas em uma galeria italiana, as pessoas pagariam só para vê-lo.
Amelia se lembrou da primeira vez que o encontrou — suas mãos tremiam tanto que quase derramou café nele. Pensou que Damian nunca aceitaria se casar com ela. Mas, para sua surpresa, ele calmamente limpou as gotas derramadas na mesa com um guardanapo e levantou a cabeça. Seus olhos azuis penetrantes encontraram os dela.
"Vamos para o cartório", ele disse com uma voz profunda e firme. "Não tenho outros planos para hoje."
Aquela voz arrebatadora a conquistou. Sua mente parou de funcionar; ela apenas se lembrava de acenar com a cabeça e seguir todas as instruções dele até que a certidão de casamento fosse assinada.
Ela nunca sequer descobriu se Damian estava feliz ou furioso naquele dia. Tudo que sabia era que a felicidade a envolveu — apenas para a tempestade voltar, desta vez com gelo, deixando-a sem fôlego.
Após o casamento, Damian raramente ia para casa. Mal falava com ela. Não importava o quanto ela tentasse interagir — seus sorrisos exagerados, suas piadas forçadas — seus olhos permaneciam frios, congelados. Quatro anos passaram, e a raiva dele nunca diminuiu. Ultimamente, ele até tinha jogado fora a comida que ela fazia — intocada — diretamente no lixo, diante dela.
Amelia tentou ignorar, viver sua vida, até que uma manhã viu as notícias. O primeiro amor de Damian estava de volta — a bailarina loira que anos atrás partiu para seguir a carreira. Agora ela estava de volta à cidade. E lá estavam eles, estampados na capa de uma revista de fofocas: o braço forte de Damian envolto firmemente em torno da cintura esbelta de Sophia, seus olhos ardendo de afeição.
Nesse momento, Amelia finalmente entendeu o quão profundo o amor dele poderia ser — só não por ela. Algo dentro dela se rompeu. Ela enxergou tudo claramente pela primeira vez. Tinha que terminar esse casamento.
Deu uma última olhada no espelho do elevador antes de entrar no escritório de Damian. Era hora. Quanto mais cedo, melhor. Amelia não bateu na porta. Entrou diretamente no escritório de Damian.
Ele levantou o olhar, com uma sobrancelha arqueada, completamente despreocupado — como se já a estivesse esperando.
"Ah. Você chegou." Ele se levantou, pegou um pacote na mesa e caminhou até ela.
"Para você", disse, entregando-o.
Amelia olhou para baixo. Dentro havia um conjunto de joias extravagantes — colar, pulseira e brincos de ouro maciço. Facilmente valia uma fortuna.
Ela levantou os olhos para ele. "Por que você está me dando isso?"
Entre todos os momentos para receber seu primeiro presente dele, tinha que ser justo antes de ela lhe dizer que queria o divórcio. Que ironia.
"Pensei que te devia algo", ele disse com tranquilidade, "porque o que estou prestes a fazer pode te machucar."
O coração de Amelia já estava dormente há muito tempo. A frieza dele havia se tornado sua armadura. Sua voz era de gelo. "Não finja ser um cavalheiro, Damian. Você não tem essa qualidade em você. Apenas diga. Estou aqui para te dar minha decisão também."
"O quê?" Ele franziu a testa, claramente surpreso. Pela primeira vez, havia verdadeira surpresa em seu rosto. Ela sempre fora quieta, suportando. Costumava acreditar em todos aqueles guias de relacionamento ridículos — que paciência ganha respeito. Que piada.
Agora, pela primeira vez, ela viu uma emoção passar pelos olhos de Damian — enquanto lutava de volta.
"Fale, Damian. Não tenho tempo." Realmente não tinha. Seus turnos no hospital estavam cheios; a qualquer momento poderia receber uma chamada de emergência.
Ele a olhou por um longo momento antes de finalmente dizer: "Precisamos nos divorciar. Este é seu presente de despedida. Não me importo se você—"
"Concordo."
Sua interrupção foi afiada, decisiva. Ela não ia dar a ele o prazer de humilhá-la novamente.
"O quê?" Ele piscou, surpreso com a suavidade com que isso estava acontecendo.
"Eu já trouxe os papéis do divórcio." Amelia ignorou sua confusão e tirou dois documentos da bolsa. "Eu os assinei. Não quero um centavo do seu dinheiro. Sua riqueza me dá pesadelos." Ela colocou os papéis na mesa dele.
"Amelia!" Damian avançou e agarrou seu pulso. Seus olhos frios cravados nos dela, cheios de acusação. "Escuta! Divórcio não é um jogo. Você não pode simplesmente fingir indiferença esperando chamar minha atenção."
"Amelia, não. Isso nunca vai acontecer. Eu nunca vou te amar. Entendeu?" ele cuspiu entre dentes cerrados.
As palavras cortaram seu coração como uma lâmina. Ela se sentiu tonta por um momento—o homem que amou por quatro anos realmente a desprezava. Ela não entendia por que tudo de bom nela tinha falhado em tocá-lo.
Ela já não tinha forças para argumentar.
Ela o afastou friamente. "Sim, eu entendo perfeitamente. É por isso que vim aqui—com os papéis do divórcio."
Seus olhos encontraram os dele. "Basta assiná-los, e eu vou desaparecer do seu mundo."
"Assina, Damian," ela pressionou. "Tenho certeza de que sua amante Sophia já está esperando."
"Eu vou." Ele pegou uma caneta, raiva refletindo em seu maxilar enquanto rabiscava sua assinatura. "E você deve saber—isso é definitivo. Mesmo que vá choramingar para o meu avô, eu nunca a aceitarei de volta. Nada vai mudar isso!"
Assim que a caneta se afastou do papel, Amelia sorriu.
"Por que eu iria querer mudar algo?" ela disse suavemente. "Eu pareço alguém que ainda quer um homem como você?"
A expressão de Damian escureceu. "Como ousa falar comigo assim?! Você deveria ser grata por eu ter me casado com você! Você nunca mereceu a mim, nem o nome da família Wright! O que você tem? Nada! Você tem sido inútil para mim desde o primeiro dia!"
Ele pegou a caixa de joias novamente.
"É melhor você levar isso. Vai ser a coisa mais valiosa que você já possuiu. Tem ideia de quanto vale? Talvez possa vender para algo útil. Sophia insistiu que eu te deixasse algo—você e eu sabemos que não merece nada meu."
A zombaria machucou, mas Amelia já não se importava mais. Ela tinha chegado ao seu limite. O ciclo interminável de dor e ódio terminava aqui.
"Você realmente se superestima, Damian," ela disse, a voz afiada como vidro. "Você honestamente acha que um homem como você poderia me dar algo de verdade? Não se iluda. Nós dois sabemos que esse casamento só aconteceu por causa da doença do seu avô. Ele está saudável agora—e eu estou radiante por finalmente me ver livre de você."
Com isso, Amelia virou-se e saiu do escritório de Damian.
Ela mal podia esperar para celebrar sua liberdade.
