CASAMENTO FORÇADO
O Amor aparece sem avisar
Este livro é unicamente da minha autoria.
PLÁGIO É CRIME. PDF TAMBÉM.
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Capítulo 1
20 anos atrás
Kensington, Londres, Inverno de 1997
Estava uma tempestade lá fora, a chuva batia no chão com tanta força que parecia que saía fumo, o vento era de gelar os ossos em segundos, estavam em pleno mês de Janeiro e o frio era intenso demais.
O Dr. Stuart tinha sido chamado às pressas, a casa dos Thompsons. Mal tinha entrado na enorme casa, uma empregada levou-o imediatamente ao quarto dos senhores da casa.
O Dr. Stuart já sabia bem porque tinha sido chamado e como acabaria aquilo.
Entrou no quarto em passos apressados e viu a Sra.Olívia, pior do que a tinha deixado pela manhã, estava com uma respiração ofegante.
Ela tinha apanhado uma pneumonia e estava praticamente no fim, já não tinha salvação.
Era uma pena, uma senhora tão distinta como ela era e tão nova.
Lá dentro, estava o seu marido, o Sr. George Thompson, um casal amigo, os Harrison e o advogado da família, que estava com cara de poucos amigos.
Quando entrou, foi imediatamente auscultar a Sra Thompson, estava mal, estava muito mal.
O advogado entregou-lhe um documento, não parecia estar mesmo nada contente com o que tinha acabado de entregar à Sra Olívia.
Charles: -Continuo a dizer que isto é uma parvoíce - disse mal humorado cruzando os braços
A Sra. Thompson assinou a muito custo, a seguir assinou o seu marido e por fim o casal Harrison.
Grace: -É tradição Charles - disse a Sra. Harrison enquanto assinava - não sejas mal humorado!
Charles: -Tradição, tradição - bufou o advogado - isso era bom com os nossos antepassados, estamos quase no século XX, por favor.
George: -A tradição das nossas famílias será assim até não haver mais Thompson's e Harrison's, sabes perfeitamente disso. - disse o Sr. George Thompson aborrecido. - E além do mais, sabes bem o que aconteceu com a minha prima Isabella e com o tio do James, o Richard, não cumpriram a tradição e a maldição caiu sobre as suas cabeças. Pobres diabos teimosos.
Charles: -Ahh por favor, isso foi uma infeliz coincidência - retrucou o advogado.
James: -Coincidências ou não, não vamos arriscar. O contrato está assinado e carimbado, já não podem fugir ao seu destino. - finalizou James Harrison.
A Sra. Thompson morreu naquela noite.
20 anos depois
Kensington, Londres, Outono de 2017
A festa
Narrado por Amy
Apesar de estar frio, dentro da biblioteca está bem quentinho, a lareira crepita alegremente.
Os ruídos das pessoas a chegar para a festa, começam a fazer-se ouvir no grande salão.
A porta da biblioteca abre de rompante de par em par.
Nani: -Amy!!! - grita a minha ama - o que está aqui a fazer ainda? Oh deus amado, e nem vestida está? - censura com as mãos nas ancas.
Amy: -Esperava que se esquecessem de mim - digo sem tirar os olhos do livro que estou a ler.
Nani: -Que parvoíces está a menina para aí a dizer - ela ralha - e alguém algum dia se vai esquecer de si minha pequena flor - chega-se perto de mim e afaga-me o cabelo.
Nani é a minha ama desde sempre, ajudou-me a nascer, criou-me e deu-me todo o seu amor.
Nani: -Vá, vamos despachar - diz a Nani a apressar-me - sabe bem que o senhor seu pai não gosta que se atrase para as festas.
"O pai e as suas festas" - penso ao fazer uma careta.
Amy: -Nem sei porque ele insiste em fazer estas festas! - digo aborrecida, colocando o livro de volta na estante.
Nani: -Sabe bem que foi o desejo da senhora sua mãe. Que Deus a tenha sobre o seu manto dourado - benzeu-se.
A minha mãe morreu faz 20 anos no próximo inverno, eu tinha 4 anos, tinha apanhado um resfriado que depressa se tornou numa pneumonia.
Sofri muito com a partida abrupta da minha mãe, mas a Nani e o meu pai nunca deixaram que nada me faltasse, muito menos amor.
Amy: -O que a minha mãe estaria a pensar, para deixar um desejo desses? - pergunto, esticando as minhas mãos para a lareira para as aquecer.
Nani: -A senhora sua mãe adorava festas, bailes, toda a gente bem vestida, os copos de cristal a tilintar - Nani estava perdida no passado - a sua mãe era uma excelente anfitriã e uma ótima dançarina - riu alto - mas vamos, chega de conversa que não me apetece ouvir o sermão habitual do senhor seu pai - ela diz, me empurrando para fora da biblioteca.
Eu saio da biblioteca a contragosto, subo a grande escadaria e pelo enorme vidro que acompanha a escada, vejo os imensos carros que já estão estacionados no enorme parque.
Resmungo qualquer coisa e continuo a subir.
Entro no quarto, e já lá está a minha Nani.
Amy: -Mas tu vieste a voar? - digo admirada.
Nani - Se fosse uma bruxa podia ter vindo - brinca ela rindo - olhe que lindo vestido que aqui tem - sorriu ao levantar o vestido preto com forro beje de alças, com decote em bico com flores de várias cores no busto, as pontas do vestido era todo aos bicos e todo ele coberto com linda renda. É realmente magnífico.
Nani ajudou-me a vestir e fez-me um rabo de cavalo meio desmanchado no meu cabelo loiro, depois eu maquilhei-me, nada de extravagante, pouco blush, uma sombra discreta nos meus olhos verdes e um batom cor de vinho que realça a minha pele branca, coloco uns brincos compridos e calço umas sandálias de tiras pretas para finalizar.
Nani coloca as duas mãos nas suas próprias bochechas e abre a boca.
Nani - Menina, como está linda - ela diz.
Eu ri, a Nani é sempre tão exagerada e engraçada.
Amy - O meu pai disse que hoje tinha que estar especialmente impecável - digo aborrecida - espero que não ande a tramar nada.
Nani baixa a cabeça e mexe sem jeito no seu avental sempre impecavelmente branco.
Amy - Nani - chamo - o que o meu pai anda a tramar?
Nani - Ai menina, não sei de nada - ajeita o gancho nos seus cabelos negros,os seus olhos cor de azeitona brilhavam mais que o habitual.
Nani - Vá - começa de novo a empurrar-me, agora, para fora do quarto - já está atrasada.
Mas que mal educado
Narrado por Amy
Ao chegar perto do grande salão, o barulho incomodou-me e decidi então não entrar já, em vez disso fui para o jardim. Respiro fundo, adoro este cheiro que exala das flores, o campo a perder de vista, as belas árvores de frutos que temos por toda a propriedade. Lá ao fundo vê-se o estábulo e ainda um pouco mais longe vê-se o ribeiro que passa ligeiro e sempre cheio de pressa. Afasto-me um pouco e olho para a enorme mansão à minha frente, foi aqui que nasci, foi aqui que fui criada, foi aqui que a minha querida mãe morreu.
Abaixo os olhos e uma lágrima cai. Volto a olhar para cima e limpo com cuidado o meu rosto. Decido andar um pouco, mas as minhas sandálias de salto fino enterram-se na terra, tiro-as e levo-as na mão, ahh, assim está melhor.
Ao chegar perto de uma macieira, vejo que as maçãs já estão boas para apanhar, sorri e estico-me, mas não chego lá.
Olho para a maçã e digo:
-Não penses que não te vou buscar - ri para mim mesma por estar a falar com a maçã, maluca kkk.
Subo um pouco a árvore mas o vestido tira-me os habituais movimentos, costumo fazer isto, mas com roupa normal.
Ao esticar-me um pouco mais, ouço uma voz que me assusta e me faz cair.
-O que está aí a fazer pendurada como uma macaca? - diz a voz parecendo uma trovoada.
Ao cair, bato com o rabo no chão e o meu vestido sobe bem acima dos meus joelhos. Caída no chão com as pernas à mostra e descalça, estou numa bonita figura.
O homem à minha frente pega na maçã que tinha caído também.
É bem alto, uns bons 1,90 cm, cabelo castanho claro e tem olhos verdes, é bonito, muito bonito, ai merda, bonito demais.
Eu levanto-me rapidamente e ajeito o meu vestido e os meus cabelos.
Amy - Foi preciso assustar-me dessa maneira? - digo ao arrancar-lhe a maçã das mãos.
-Sabia lá que se ia assustar - diz o homem - estava para ali pendurada.
Amy - E chamou-me macaca - digo indignada - que falta de educação.
Ele olha para mim com ar reprovador.
-Falta de educação tem a menina - diz zangado - onde já se viu andar por aí pendurada nas árvores!
Aquele homem está a tirar-me do sério.
Amy - Você é muito mal educado isso sim - começo a afastar-me daquele parvo. Quem ele pensa que é, para falar comigo daquele jeito? Petulante é o que ele é.
Já no jardim, sacudo o pó dos pés e volto a calçar os sandálias de salto alto e dirijo-me finalmente para a festa.