Ivy correu mais fundo na floresta, cada passo fazia suas pernas arderem ainda mais, mas não importava o quanto ela quisesse desistir, ela não podia, sua vida literalmente dependia disso. Ela se esforçou ainda mais quando seu inimigo se aproximava. Suas pernas estavam queimando, seus pulmões gritando por oxigênio e seus olhos ardiam com o suor, mas ela não podia parar, a menos que quisesse ser pega pelos lobos.
Ivy apenas queria fazer uma caminhada e esvaziar a cabeça, mas quem diria que isso poderia levá-la à morte. Ivy virou a cabeça para ver quão perto os lobos estavam, mas esse foi o pior erro que ela poderia ter cometido, ela tropeçou em um galho e caiu. Quando Ivy finalmente parou de rolar, sua mão ardeu e seu tornozelo doeu, mas isso era nada comparado à intensa dor pulsando de seu lado. Ela se virou de costas e olhou para o quadril, um pedaço quebrado de galho tinha a perfurado. A queimação não parava, Ivy moveu sua mão para o galho, tentando arrancá-lo, mas assim que a pressão foi aplicada, a dor se intensificou a um novo nível, Ivy não suportou e logo foi consumida pela escuridão.
“Delta, alcançamos a garota. Ela se feriu e desmaiou.” Um dos guerreiros chamou Elena. Ela corre até os guerreiros e olha para a garota no chão. Elena estava confusa; nenhum humano tinha cruzado as fronteiras em milênios. Elena nem mesmo tinha ouvido falar nisso acontecendo em sua vida.
“Ela é classificada como uma pária, devemos matá-la, delta.” Disse outro guerreiro.
“Não, precisamos descobrir como ela cruzou a fronteira antes de eliminá-la. Levem-na à casa do bando, pedirei aos alfas para nos encontrar lá. Lembrem-se que eles não são como nós, são frágeis e ela já está ferida então, por enquanto, sejam cuidadosos. Depois que recebermos nossas ordens dos alfas, podemos descartá-la. ” Ela ordenou aos homens e contatou os alfas e beta – Temos um problema; estou a levando para casa do bando.
Demorou 5 minutos para voltaram à casa do bando em forma humana e os alfas estavam do lado de fora, irradiando seu poder por quilômetros. O Beta estava um pouco mais atrás, apenas observando a cena que se desenrolava diante dele. Silas, o mais velho dos quatro quádruplos, tensionou os ombros ao se aproximar dos guerreiros que carregavam a garota. Eles a deitaram no chão. Os três quádruplos restantes se aproximaram da garota e todos tiveram uma mudança de aura ao vê-la. Leonardo, o segundo quádruplo mais velho, se moveu e agachou-se ao lado da garota.
“Todos saiam, agora.” Micah, o terceiro quádruplo, ordenou aos guerreiros.
“Mas ninguém fala do que encontraram esta noite a ninguém, essa é uma ordem direta do seu alfa.” Jeremiah, o mais novo dos quatro, exigiu de seus homens. Todos assentiram em uníssono e saíram. Micah se moveu ao lado de Leonardo e agachou-se próximo a ele.
“Você também sente o cheiro?” Leonardo perguntou ao irmão enquanto olhava para a garota. Ela parecia interessante para eles. Tinha longos cabelos pretos e um nariz pequeno com um rosto bonito, mas seu porte era pequeno comparado ao das lobas. Isso ficou evidente mesmo com ela deitada inconsciente no chão.
“É… é sangue?” Micah indagou incerto; seu sangue tinha um aroma doce, o que nenhum dos meninos já tinha encontrado antes, isso os deixou ainda mais alertas. Lobisomens tinham cheiros, mas estavam ligados às suas auras de lobo e não ao sangue, por isso estavam tão confusos.
“É, eu não sabia que alguém podia ter um cheiro ligado ao seu sangue. Será porque é de uma espécie diferente?” Jeremiah perguntou com um discreto asco evidente em sua voz.
“Essas perguntas são inúteis. A única maneira de encontrarmos alguma resposta é quando ela acordar. Claramente, precisamos lidar com suas feridas primeiro e contatar os anciãos. A única coisa de que podemos ter certeza agora é que isso vai nos causar muitos problemas.” Silas disse, incomodado com a situação.
"Vamos apenas jogá-la de volta de onde a pegamos, deixar alguém mais lidar com essa merda." disse Jeremiah, virando-se para ir embora, decidindo que já tinha o suficiente da garota humana por hoje.
"Silas está certo. Jace, leve-a para uma das celas de nível A e chame um dos médicos do bando, deixe-os ver o que podem fazer por ela e depois lidaremos com ela quando acordar, mas diga ao médico que ele só precisa não deixá-la morrer, ele não precisa salvar a vida dela. Não temos que desperdiçar nossos recursos em algo tão inútil." Leonardo disse ao beta deles e se levantou ao mesmo tempo que Micah.
"Mande alguém observá-la o tempo todo, nós nunca lidamos com humanos no nosso mundo antes, sabemos que são mais fracos, mas por enquanto não vamos correr riscos. Quero que ela fique em uma cela trancada e como meu irmão disse, apenas evite que ela morra, não precisa salvá-la." Silas disse em um tom austero, assegurando que seu ódio por humanos e pela situação brilhassem claramente.
"Vou chamar os anciãos e ver o que eles dizem sobre esta situação e se devemos matá-la ou não." Leonardo diz e retorna à casa do bando. Silas o segue e agora só estão do lado de fora o beta, o delta e Micah.
"Vocês acham que isso vai nos trazer problemas?" Micah pergunta a nenhum deles em particular.
"Não vejo como a aparição de um humano em nosso mundo pode significar algo além de problemas batendo à nossa porta. Sei que isso não terminará bem para ela, talvez se ela tivesse caído em outro território, poderia ter tido alguma chance de sobreviver, mas todos conhecem a história entre os humanos e você e seus irmãos." Jace falou pela primeira vez. Estava claro que Jace não se importava com nada disso, seus ombros estavam completamente tensos e a ansiedade de seu lobo irradiava claramente.
"Odeio quando você está certo, Jace." Micah disse ao se lembrar dos horrores que ele e seus irmãos tiveram que enfrentar, por causa daqueles demônios. Ele também sentiu seus ombros tensos com a sensação de uma ameaça se aproximando.
"Apenas fique de olho nisso. Não abaixe a guarda. E por último, use apenas os guerreiros que já sabem do problema para vigiar. Não precisamos de caos no bando agora." Micah deu seu último comando ao seu delta e beta e também entrou na casa do bando. Uma coisa era certa, nenhum dos garotos conseguia tirar a garota misteriosa da cabeça, seja pensando na ameaça que isso poderia significar para eles, seja por sua curiosidade que não conseguia parar de pensar nela ou simplesmente sobre como iriam lidar com ela. Ela era a única coisa em mente dos quatro irmãos, antes que finalmente o sono os alcançasse.
