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Um Proibido Amor

Um Proibido Amor

Autor: Ana Victória

Em andamento

Romance

Um Proibido Amor PDF Free Download

Introdução

Luna era uma garota sonhadora , mesmo tendo uma vida tão desestruturada, vivendo ao lado de uma mãe com vida duvidosa e alcoólatra . Betina era sua melhor amiga e ponto de equilíbrio quando ela mais precisava , no entanto toda sua vida vira do avesso a partir do momento em que Luke Ramsey é transferido para o mesmo colégio no qual ela estuda, dada a sua fama ela se torna o segredinho sujo dele – pois era assim que ela se sentia. Ambos eram de mundos totalmente diferentes, um envolvimento proibido que não era aprovado por seus pais. Contudo nada disso impedia que Luna continuasse a sonhar , planejando um futuro ao lado do cara que ela considerava o amor da sua vida, mesmo sendo tão jovem. Porém Luna nunca poderia imaginar que seria apunhalada justamente pela pessoa em que ela mais confiava em todo o mundo. Um futuro promissor que ela planejou com tanto cuidado , agora Luke decide dar a outra, ferindo Luna profundamente. E então ela foge, sem mais suportar ser tão humilhada pelas pessoas que ela mais amava. Porém um evento acontece após anos e isso obriga Luna a ter que voltar a sua antiga cidade , sendo impactada por verdades que vem à tona a desestruturando uma outra vez .
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Chapter 1

Cerca de alguns anos atrás...

Estava sentada na mesa tomando o café da manhã , quando ele apareceu. Não suportava ter que lidar com tudo isso; e o pior que era sempre assim , dia após dia, noite após noite – desde que me entendo por gente não tenho um dia de paz, a menos é claro quando estou na casa da minha melhor amiga de infância, se não fosse por Betina e os cuidados da sua família , não sei o que seria de mim.

Paraliso a passada de manteiga na torrada , quando meus olhos vão para o cara de estatura mediana e antipática .

- Vem cá garota, não tem nada pra comer nessa casa não?- O mesmo abriu a geladeira investigando dentro, exibindo uma careta em seu rosto ao virar-se por cima dos ombros em minha direção . Continuo imóvel , assim vendo que não teria qualquer resposta de volta , catou a caixa de leite e virou em sua boca , arrastando o dorso de sua mão por cima da boca quando o liquido escorreu pelas laterais de forma nojenta.

Eu amava exibir meu corpo quando estava no colégio e fora de casa , mas aqui dentro eu nem ousava. Os clientes da minha mãe , já me olhavam com malicia- não diferente do de agora , imagine só se eu me vestisse da maneira que gosto? e só evito de fazer isso aqui , unicamente por saber que seria comparada a ela . Na verdade já sou , não é difícil deixar de perceber os cochichos das pessoas quando me veem passando com Betina pela rua , e seus olhares reprovativos . Por ser filha de quem sou e viver onde vivo , isso era uma cruz que eu carregava e sentia o seu peso constante pesar por sobre minhas costas. Lembro-me claramente do quanto fui rejeitada desde criança , os pais não permitiam que seus filhos fossem meus amigos justamente por conhecer a fama da minha mãe , que corre aos quatro cantos dessa pequena cidade. Betina foi e é minha única amiga , ela agarrou-se a mim quando me viu chorando escondido nos fundos da escola no primário e nunca mais me soltou – e desde então nos tornamos inseparáveis e também era grata aos seus pais por me tratarem tão bem, como se eu também fizesse parte da família.

- Sua mãe deveria te incluir no pacote – Quase regurgitei todo o café da manhã em cima da mesa , quando o homem passou do meu lado e em seguida escutei o barulho da porta se fechando.

Minha carne tremia, soltei a faca dentro do prato e arrastei as mãos por entre meus cabelos tentando me tranquilizar.

Nem mais apetite para continuar a comer eu obtive. Me levantei retirando as coisas de cima da mesa , guardando a torrada e os biscoitos no armário e lavando os utensílios que usava. Subi as escadas e fui até minha mãe , ela ainda continuava dormindo ou talvez só estivesse bêbada mesmo , eu fazia questão de averiguar se estava mesmo ‘’tudo bem’’ , sempre que eles iam embora daqui.

- Pensei que já tivesse ido embora – Ela diz virando-se na cama para mim.

- Estou indo agora – Fui fechando a porta mas parei quando a mesma me chamou.

- Lua, dá pra parar de ser chata?.

- Pararia de ser , se a senhora deixasse essa vida de lado- Não consegui controlar a aspereza no meu tom.

Ela se endireita , erguendo seu tronco de cima da cama, semicerrando seus olhos para mim.

-Ah é minha querida?, e como é que você acha que eu te alimentei por todos esses anos?. Deveria dizer um ‘’ Obrigada minha mãe ‘’ – Ironizou fazendo aspas com os dedos erguidos no ar.

Engoli o bolo da raiva , sentindo meu coração batendo com ainda mais força contra a caixa torácica .

- Não deveria agradecer por ser filha de uma prostituta!- Ela arremessou o travesseiro em mim com o rosto tomado por ódio , mas bateu na porta porque eu a fechei a tempo , corri as escadas pegando minha bolsa e mais do que depressa sai de dentro desse lugar.

Tentei controlar minha respiração e choro incontrolável que ameaçavam me tomar – porém respirei fundo , endireitei minha postura ajeitando a bolsa nos meus ombros e então me direcionei a casa de Betina, porque de lá iria para o colégio. Estava no primeiro ano do ensino médio e quando finalizasse o colegial esperava não ter mais que morar com a minha mãe, juro que não suportaria mais aguentar essa vida.

Não demorou muito até que eu chegasse à casa de Betina , o peso que sentia no peito aliviou- era sempre assim quando me encontrava diante desta casa – ela sempre me arremetia a uma sensação de paz.

Como não precisava tocar a campainha eu mesma girei a maçaneta e entrei dentro da bonita casa da minha melhor amiga.

- Bom dia Lua, Betina está terminando de tomar o café da manhã . Junte-se a ela e a Veridiana, estou de saída... o trabalho me espera – Senhor Miguel diz me cumprimentando com uma piscadela, deslizando o blazer por seu corpo .

Sorrio para ele .

- Obrigada senhor, praticamente acabei de tomar café da manhã – Ele me dá um beijo na testa e então toma seu caminho , uma vez em que eu vou diretamente para a sala de jantar.

- Cheguei – Eu digo com um sorriso , cumprimentando a senhora Veridiana e Betina, que me recebem com sorrisos .

- Terminei , tô indo mãe – Betina diz me arrastando pela mão para fora da sala de jantar.

-Boa aula para vocês meninas!- Ela diz enquanto gritamos em uníssono um ‘’ Obrigada!‘’.

- E então, como foram as coisas por lá hoje?- Betina pergunta pegando sua bolsa e cadernos de cima da mesinha de centro a medida em que tomamos o rumo para fora de sua casa.

- Horrível, como sempre e o que me dá mais raiva é ela sempre achar que está fazendo a coisa certa. Não me conformo, existem tantas coisas que ela poderia fazer e ela simplesmente não faz Betina ,e eu não entendo o que leva uma pessoa a preferir ter uma vida dessas do que procurar um trabalho honrado.- Minha amiga me abraça pelos ombros dando-me um casto beijo na minha têmpora do lado esquerdo.

- Eu sinto muito que tenha que passar por isso desde que você era criança Lua. Mas você é você e a sua mãe é a sua mãe , ainda que ela não queira fazer outras coisas . Você pode!, é uma atleta incrível e vai participar da Interestadual e ainda por cima é capitã das lideres de torcida. Está vendo como você tem tudo para ter um futuro brilhante?- Ela ilustra no ar com um sorriso enorme no rosto .

Eu sorrio de volta para minha amiga , sentindo meu coração enchendo-se de uma profunda alegria e esperança de dias melhores . Betina sempre me fazia enxergar o melhor de mim , quando nem mesmo eu conseguia fazer isso.

***

Sou ginasta, prático desde os 7 anos de idade e hoje sou considerada uma das melhores . No entanto existe tanto preconceito comigo , que as pessoas preferem se matar a ter que me reconhecer como tal ou me dar esse título. Porém eu nunca perdia a fé e a esperança de um dia conquistar um alto patamar , no que tanto amo fazer.

Troquei as roupas , colocando uma mini saia de pregas com um short por debaixo, minha blusa da escola amarro na frente deixando minha barriga à mostra – solto meus cabelos do rabo de cavalo , passo batom vermelho escuro nos lábios e estou pronta!.

Ao contrário de mim , Betina é acomodada – eu sou imperativa e alto astral demais até mesmo para meu gosto, amo curtir a vida da sua maior intensidade possível, ainda que as coisas me sejam limitadas eu não tenho medo de viver.

- Quer usar ?- Ofereço o batom a ela , porém a mesma nega com um sorriso gentil

- Você sabe que eu não curto essas coisas – Betina diz e eu dou de ombros , guardando o batom dentro da minha bolsa.

- Hoje eu vou gastar toda energia reprimida que tem dentro das minhas veias!, vou dar uma canseira e tanta no pessoal – Digo determinada , jogando meus cacheados cabelos para um dos lados .

Enquanto eu sou negra de cabelos cheios e cacheados batendo no meio das costas , em contrapartida Betina tem pele morena clara , com cabelos castanhos – ela o cortou a pouco tempo , porém o mesmo cresceu muito rápido, está abaixo dos ombros , e sem falar nos seus olhos negros puxados como se fosse uma asiática- não digo nada porque meus traços são tão exóticos quanto os dela.

- Depois não se queixe quando eles quiserem eleger uma nova capitã – Betina brinca tombando seu ombro nos meus , uma vez em que eu dou risada lhe abraçando a cintura a erguendo um pouco do chão debaixo dos seus protestos.

Quando retornamos a sala , praticamente entramos junto com o professor de matemática . Betina e eu olhamos uma para a outra e então fazemos uma careta nos apressando até o nosso lugar.

- Bom dia pessoal!. Antes de dar inicio a aula , tenho uma apresentação para fazer.- Professor Inácio nos comunica ao mesmo tempo em que um bonito rapaz entra sala a dentro, eu sinto como se todo o fôlego me fosse escapado dos pulmões uma vez em que engulo em seco sentindo-me paralisada .

Ele tinha cabelos castanho escuro – olhar penetrante e um sorriso de matar.

Não foi só eu quem ficou impactada com tamanha beleza , mas toda a sala .

-Luke Ramsey veio transferido de outro colégio e irá terminar o ano letivo aqui. – Professor Inácio indica com um sinalizar de mão para que ele tomasse assento , enquanto eu o seguia com os olhos , percebendo o burburinho que as garotas faziam com o olhar também em cima dele .

No instante em que ele se senta do meu lado , posso sentir as pancadas do meu coração intensificando.

Luke Ramsey tinha braços fortes e capazes, ele usava uma camisa branca , e calça jeans clara. Seu magnetismo me chamava como um verdadeiro imã . Nunca me interessei para namorar com nenhum garoto antes , eu só gostava de curtir as festas mas esse cara ...com ele eu quero tudo! , já até mesmo me vejo entrando na igreja de véu e grinalda.

Durante a aula mal consegui me concentrar – toda minha atenção estava centrada no garoto ao meu lado. Ele parecia ser bastante inteligente , interagiu o tempo inteiro na aula. Quando o intervalo chegou eu puxei Betina para o canto sentindo um sorriso imenso rasgando-se em minha boca.

- Eu tô apaixonada!- Coloquei as mãos por cima do meu peito soltando um suspiro

Betina me olha como se de repente tivesse aparecido uma galhada de cervo em cima da minha cabeça.

- Você nunca se apaixonou por alguém Lua. O que está acontecendo?- Ela franze a testa

- O Luke , aí meu Deus!. Ele é maravilhoso , quero ele pra mim amiga – Betina segura uma risada , enquanto eu lhe dou um tapinha no braço – Para Betina!, eu estou falando sério. Nunca senti algo assim antes .

E era mesmo real . Nunca nenhum garoto me impactou desse jeito , como só ele foi capaz.

Com meus olhos o seguindo para todos os lugares , rapidamente notei o quanto Luke se tornou popular – difícil era não ser , tanto os garotos quanto as garotas se aproximaram dele procurando conversa , não vou negar que fiquei enciumada. Era loucura , se dado ao fato de que eu só o tinha visto há o que? , no máximo umas 2 horas de relógio. Mas e daí?, ele era meu.

Era a hora do treino com o pessoal , os atletas tinham esse direito mesmo que fosse horário de uma próxima aula . Betina era tão boa quanto eu mas eu tinha mais desenvoltura para a ginasta do que ela , a mesma só entrou para me fazer companhia na época , porque eu sofria muita rejeição dos coleguinhas e então Betina tinha uma reputação e popularidade inegável e sabia lidar com aquela saia justa em que eu sempre estava metida , contra a minha vontade- porque com ela me sentia protegida.

Fui ensaiar com o pessoal na quadra e olha só quem apareceu ...

Luke Ramsey!

E pela primeira vez seu olhar encontrou o meu , foi impossível segurar um sorrisinho tímido que me surgiu nos lábios , quando ele mordeu os seus cumprimentando os outros rapazes.

- Minha nossa amiga , ele vai fazer parte do time de futebol!- Eu disse eufórica , porque teríamos mais tempo para passarmos juntos...isso era perfeito!

Betina ri de minha alegria.

Coloquei o pessoal em posição e então comecei a lhes passar os novos passos.

Sempre que vinhamos ensaiar tínhamos uma pequena plateia nas arquibancadas. E também não era difícil perceber , que a quantidade havia aumentado – em se tratando é claro das meninas , todas elas estavam de olhos gordos pra cima do Luke e isso estava me deixando imensamente nervosa.

***

Luke continuava sendo cobiçado como sempre , e os dias e meses se passaram. Betina acompanhou de perto a evolução da minha paixonite aguda por Luke Ramsey crescendo dia após-dia – ela era minha única confidente e amiga , que sabia dos meus encontros as escondidas com ele . No entanto comecei a perceber o quanto minha melhor amiga parecia ter algum tipo de ranço contra ele . Toda santa vez que eu mencionava sobre meus encontros com Luke e o quanto ele era incrível , ela torcia o nariz afilado como se o repudiasse e mais do que depressa mudava de assunto somente para que eu não continuasse a falar sobre minhas saidinhas com Luke Ramsey. Eles não de davam bem de jeito algum e essa vibe estranha entre eles me nocauteava . Poxa! Eu amava Luke e Betina era minha melhor amiga , me sentia entre a cruz e a espada. Entretanto eu preferi fazer vista grossa.

Betina e eu éramos mais do que só apenas ‘’amigas’’ – com os anos passamos a nos tratar como irmãs, eu a amava demais. Porém por outro lado , eu também amava Luke, ainda que ele não quisesse me assumir como namorada. Eu não o culpava, embora ele fosse novo na cidade – já sabia sobre a fama que minha mãe tinha e que de certa maneira se estendia a mim. Sua postura por muitas vezes me magoava mas eu o entendia, ele tinha uma reputação a zelar.

No entanto nada disso impedia nossos encontros após o final das aulas, ou quando eu fugia da minha casa e ia para sua na calada da noite. Eu sei! Era loucura , mas eu adorava ficar perto dele e amava sentir aquele gelo na barriga a cada vez que o via ou quando estava perto, ele me fazia sentir única!. Também costumávamos ficar até tarde no celular jogando conversa fora , quando seus pais o colocavam de castigo por ele ter aprontado alguma – eu achava uma palhaçada já que ele era um cara de quase 18 anos de idade, todavia nem mesmo podia dizer qualquer coisa que fosse contra seus princípios, ele pelo menos tinha pais para lhe colocar na linha.

Assim como Betina era minha confidente , eu também era dele – nos comunicávamos com uma sintonia tão grande que por muitas vezes chegava a ser espantosa. Luke me contava a respeito das restrições que os seus pais lhe colocavam e o quanto tudo aquilo era sufocante para ele- eu o escutava com atenção , e ele escutava a mim também .Betina estava ficando com um ciúmes terrível do meu relacionamento com Luke, eu a abracei e disse que ela era minha irmã e isso ninguém nunca iria mudar.

Passado 1 ano, o pai de Luke veio a falecer e então as exigências de sua mãe e de toda sua família só veio a crescer. E isso só fez com que ele se tornasse um rapaz rebelde.

- Estou cheio de tanta pressão na minha cabeça morena- Era assim que ele me chamava , sempre que ficávamos a sós .

Luke ultimamente estava distante e quase nunca conversávamos , ele só usava meu corpo como máquina de sexo para lhe distrair dos pensamentos sufocantes. Contudo hoje, o barrei ; sentia que estava sendo usava e odiei a sensação e pra minha surpresa ele não ficou nada bravo comigo.

Era noite , eu havia furado com o pessoal da torcida , inventei que estava adoentada somente pra ter esse momento com Luke e eu não me arrependia disso – embora devesse.

- Porque você não se impõe e diz pra sua mãe o que realmente quer fazer?- Estávamos sentados em cima do capô do seu carro , era do pai dele e depois que o mesmo se foi ,Luke passou a usá-lo.

- As coisas sempre são como ela quer , eu não tenho outra escolha a não ser obedecer – Eu sabia que as suas palavras continham duas linhas alternativas e dentro delas bem lá no fundo , tinha o conhecimento que eu um dia, seria carta fora do baralho e o mero pensamento me deixava completamente destruída.