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A coitada se tornaria a Luna

A coitada se tornaria a Luna

Completo

Lobisomem/Vampiro

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Introdução

Ayla mora com o pai; ela não tem ideia de que é um lobisomem ou que eles existem! Acontece que o homem que ajudou a criar Ayla não é o pai dela. Ele diz a ela que sua mãe queria que ela tivesse uma vida "normal" até o dia em que completasse dezoito anos, quando ela não teria escolha a não ser contar a Ayla a verdade sobre sua identidade. Depois de uma tragédia que matou sua mãe, seu pai passou a abusá-la ao longo dos anos pela morte de sua mãe. Ayla permaneceu completamente inconsciente de sua herança, até que um homem chamado Richard entrou em sua vida alegando que eles eram companheiros!
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Chapter 1

Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto meu pai me pressionava contra a parede do meu quarto, agarrando-me pelo cabelo. Cortei o lábio quando ele me atingiu no rosto e feriu meu olho com outro golpe. Caí no chão, chorando.

Implorei: “Por favor, pai! Pare com isso, pare de me machucar!”

“VOCÊ DEVERIA TER PENSADO NISSO ANTES DE MATAR SUA MÃE!” Ele gritou.

“Por favor, pai! Você sabe que foi um acidente. Eu não queria que ela morresse!”, implorei. Nos encaramos consternados, quase em choque. “Por favor, pai! Por favor, me perdoe…”

Ele olhou para mim com ódio nos olhos, antes de sua expressão mudar. Ele sorriu.

“Ah, Ayla, você não é minha filha! Nunca foi. Sua mãe me contou que seu verdadeiro pai foi morto quando ela estava grávida de você, e eu a amava tanto que estava disposto a fingir ser seu pai!”

“Não! Isso não é verdade! Mamãe nunca esconderia algo assim de mim!” Gritei enquanto soluçava.

“Sua mãe disse que você descobriria sua verdadeira identidade quando completasse dezoito anos. Ela não queria que você soubesse de nada antes disso, apenas desejava que você tivesse uma vida normal. Eu nunca entendi completamente o que ela quis dizer, mas acredito que ela planejava contar a você sobre seu pai biológico… agora, você nunca saberá quem ele era!” Ele riu antes de me chutar nas costelas. Gritei de dor e segurei meu lado, em seguida, ele saiu e trancou a porta atrás de si, me deixando sozinha no quarto.

Arrastei meu corpo lesionado pelo chão frio e duro, me levantei com cuidado até conseguir deitar de lado na cama macia. Com a mão direita dolorida, senti minhas costelas quebradas sob a roupa e comecei a chorar. Não tinha ideia de quanto tempo ficaria deitada ali, soluçando até pegar no sono. Na manhã seguinte, vesti meu uniforme de trabalho com cuidado e desci as escadas em silêncio. Meu pai estava dormindo; provavelmente desmaiado devido à embriaguez. Coloquei meu moletom e saí pela porta da frente em direção ao meu trabalho.

Eu estava frequentando a escola até que meus professores notaram os hematomas em meus braços e chamaram meu pai à sala do diretor para interrogá-lo. Implorei para que não o contatassem, explicando que fui desajeitada e simplesmente caí da escada, mas eles não acreditaram em mim. Desde então, fui proibida de voltar à escola e forçada a encontrar um emprego como ajudante de cozinha e garçonete em uma lanchonete que ficava a cerca de trinta minutos a pé de casa.

No caminho para o trabalho, notei uma Mercedes preta que claramente estava me seguindo. Já fazia alguns meses que eu percebia esse mesmo carro atrás de mim. O motorista parecia sempre me observar. Costumava me desviar da rota principal quando o carro se aproximava demais, optando por um caminho mais longo através da floresta. Eu gostava do meu trabalho e dos meus colegas. Meu chefe, Jackson, era realmente uma pessoa adorável; ele sempre percebia quando algo não estava certo, mas nunca me pressionava para falar sobre isso. Sua oferta de ajuda estava sempre disponível, de forma discreta, solidária e notável.

Fui direto para a cozinha e lavei as mãos para preparar as saladas e outros alimentos. Estava sentindo muito calor, então fui até onde havia deixado minha bolsa em um banquinho, joguei meu moletom sobre ela e abri o zíper do suéter para me refrescar. Vinte minutos se passaram quando Jackson chegou para preparar os primeiros pedidos de comida do dia. Um rosnado irrompeu dele; estranhamente, pareceu como o de um animal selvagem. Olhei para Jackson, que não parecia muito contente.

Ele disse: “Ayla, você sabe que pode me pedir ajuda, não é? Você não precisa voltar para casa se não for seguro lá. Tenho amigos em uma cidade próxima que poderiam cuidar de você.”

Respondi com um sorriso de canto: “Obrigada, mas estou perfeitamente bem. Apenas tropecei na escada. Vou sobreviver.”

“Você falou a mesma coisa da última vez, Ayla…”

“O que posso dizer? Minha casa é antiga… as escadas estão começando a apodrecer…” disse, começando a chorar e batendo as mãos na mesa de preparo. Jackson se aproximou, me puxou em direção ao seu peito para me abraçar, abafando meu choro.

“Deixe-me ajudá-la, Ayla.” Eu recuei, balançando a cabeça.

“Você não entende, não posso aceitar sua ajuda.”

“Por que não?” ele perguntou.

“Papai não vai me deixar ir tão facilmente. Ele preferiria me ver morta e mataria qualquer um que tentasse me ajudar. Além disso, eu mereço isso!” disse, enxugando as lágrimas do rosto.

“Ninguém merece ser espancado e abusado…”, disse ele.

“Sou a razão pela qual minha mãe está morta. É minha culpa que ela tenha morrido, e este é o meu castigo. Se você está incomodado com os hematomas, talvez eu devesse procurar emprego em outro lugar!” gritei, enquanto voltava para a mesa de preparo, peguei a faca e comecei a fatiar a alface.

“Desculpe, não foi minha intenção te chatear. Apenas não gosto de ver humanos tratando nossa espécie dessa maneira, mesmo que você seja uma renegada.” Ele franziu a testa.

Parei o que estava fazendo, e o encarei com uma expressão confusa.

“Humanos? Uma renegada? Não sei de qual planeta você veio ou que tipo de pessoa você pensa que sou, mas somos todos apenas humanos”, disse, e continuei a cortar algumas cenouras em uma tábua de corte azul.

Jackson parou e ficou em silêncio. Olhei para ele e me perguntei qual era o problema dele agora. Ele estava parado ali com uma expressão pálida e de boca aberta, completamente congelado.

“Jackson? Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? Você está tendo um ataque cardíaco?” Perguntei em um tom preocupado enquanto me aproximava dele.

Ele piscou e colocou a mão no meu ombro, mas dei um passo para trás, me afastando. Eu sabia que Jackson nunca me machucaria. Apenas não gostava de ser tocada por ninguém. Ele franziu a testa.

“Desculpe. Eu não queria assustar você”, disse ele.

“Eu sei que você nunca me machucaria, é só que… não estou acostumada com gentileza”, confessei. Jackson me lançou um sorriso triste.

“Você realmente não tem ideia do que você é?” Ele perguntou, prestes a me revelar algo que eu sentia que já deveria saber.

“O que eu sou? Eu não entendi a pergunta. Sou o que todos nós somos. Humana.” disse, lançando-lhe um olhar confuso.

“Você nem mesmo consegue farejar a diferença?” Ele questionou e, eu ri em seguida.

“A única coisa que consigo cheirar por aqui é a comida queimando na frigideira”, falei em meio às risadas.

“Merd*!” Ele correu até o fogão para desligá-lo e retirou a frigideira fumegante.

Permanecemos em silêncio na cozinha por um tempo depois daquilo, focando em preparar e cozinhar os pedidos.

“Se serve de consolo, Ayla, independentemente do que tenha acontecido com sua mãe, tenho certeza de que ela não gostaria que você se culpasse por sua morte, e muito menos que seu pai a tenha machucado todos esses anos por causa disso.”

“Padrasto.” Corrigi.

“Seu padrasto? Pensei que…”, ele disse antes de eu interrompê-lo.

“Sim, só descobri sobre isso ontem à noite. Meu pai biológico faleceu quando minha mãe ainda estava grávida de mim”, expliquei.

“Sinto muito por isso.” Ele pareceu abatido.

“Fiquei arrasada no começo, mas não sei agora. Talvez até seja bom ele não ser meu pai biológico”, disse. Jackson acenou com a cabeça e sorriu.

“Você acha que pode ficar até mais tarde hoje à noite? Receberei algumas pessoas importantes que estão vindo da cidade vizinha para uma reunião que não posso faltar. Seria ótimo se eu pudesse comparecer, em vez de ficar aqui servindo os pedidos como de costume”, explicou.

“Vou precisar ligar para o meu pai e perguntar, mas se isso significar mais dinheiro para bebida para ele, tenho certeza de que ele concordará.”

Meu pai permitiu que eu fizesse algumas horas extras. De qualquer forma, todo o dinheiro do meu trabalho duro sempre ia para a conta dele. Eu nunca via sequer um centavo, mas ainda assim preferia trabalhar a estar perto dele.

Falei: “Sem problemas. Ele disse que posso fazer as horas extras.” E Jackson me respondeu com uma piscadela acompanhada de um sorriso.

“Isso ótimo!”, ele deu um suspiro de alívio.

Horas mais tarde, eu estava preparando a comida para os clientes que viriam ao restaurante para a reunião.

Perguntei a Jackson: “Tem alguma coisa que eu precise saber sobre esta reunião?”

“Estamos enfrentando alguns… problemas em Pinheiro”, ele respondeu.

“Ah, em Pinheiro? Nunca fui. Ouvi dizer que muitas pessoas de lá agem como se fossem animais selvagens o tempo todo.” Jackson riu após escutar o que eu disse.

“Não é tão ruim assim, e eu moro lá. Pareço agressivo para você? Já me viu correndo por aí como um animal selvagem?”, ele perguntou.

“Bom argumento, você definitivamente não é agressivo. E não, você não corre como um animal selvagem. Pelo menos… não que eu saiba.” Ambos começamos a rir.

“Se você soubesse, Ayla”, ele disse, rindo.

“Apenas anote os pedidos de bebidas de todos e sirva as refeições quando estiverem prontas.”

“Pode deixar, chefe,” respondi com um sorriso. “Ah, e Jackson, espero que não se importe se eu usar o meu capuz. Prefiro não ser encarada ou questionada por causa dos hematomas…” Jackson acenou com a cabeça.

“Claro, sem problemas.”

Pouco tempo depois, escutei os motores de vários carros se aproximando e estacionando em uníssono; várias portas de carro bateram, e a campainha da porta da lanchonete tocava alto toda vez que alguém entrava. Fiquei na ponta dos pés para espiar a sala de jantar por cima do parapeito da cozinha. Deveria haver cerca de dezoito homens espalhados pelo local. Também não eram homens de aparência comum. Eles eram altos, robustos, extremamente masculinos e musculosos; eles estavam todos vestindo ternos e eram extremamente atraentes.

Até que então, um homem em especial adentrou ao local, os demais abriram caminho como se ele fosse uma figura de grande importância. Ele era incrivelmente atraente, com cabelos escuros e belíssimos olhos azuis. Seu corpo era bem definido, e quando ele sorriu… —nossa, aqueles lábios foram um baque para mim — pois tudo o que eu desejava era saber o gosto deles.

O homem bonito farejou algo no ar e franziu o rosto.

“Jackson, que aroma é esse?” Ele perguntou, olhando na minha direção. “Cheira a baunilha e biscoitos”, acrescentou, ainda me observando. Instintivamente, me agachei e continuei a preparar a refeição para aquelas adoráveis criaturas.

“Convido todos a se dirigirem ao balcão da cozinha, onde Ayla anotará seus pedidos. Por favor, ninguém precisa entrar em pânico, especialmente você, Alfa Richard, mas devo mencionar que Ayla é uma renegada, é dela que provém esse aroma peculiar”, explicou Jackson.

“O QUÊ?” Alfa Richard gritou, batendo o punho na mesa.

“Alfa Richard, recomponha-se! Ela é apenas uma jovem que precisa do emprego. Ela tem trabalhado sob minha supervisão por quase um ano e é uma das melhores funcionárias. Além disso, não estamos em seu território, então ela não está invadindo e também não fez nada de errado. Portanto, se deseja aquele milkshake de baunilha com biscoitos, sugiro que se sente e se comporte!” advertiu Jackson.

“Isso é uma ameaça, Jackson?” Alfa Richard questionou.

“Claro que não, Alfa. Apenas estou lembrando a você e a todos aqui que, apesar de odiarem os renegados, ela não cometeu nenhum crime e deve ser mantida longe de tudo isso.” Alfa Richard rosnou.