Ela estava em seu quarto, temendo sair. Ele ainda estava em casa e ela não podia arriscar ter um embate com ele agora.
Ela saiu da cama e foi ao banheiro para um banho rápido, quando terminou; vestiu uma roupa de moletom e uma camiseta. Sentada ao lado do espelho, ela suspirou ao pensar como sua vida tem sido miserável nos últimos anos. Ah, bem, sempre foi miserável e triste. Ela soltou um suspiro e deixou a mesa para se sentar na cama.
Uma batida soou em sua porta e ela sabia que deveria ser ele. O que ele queria com ela agora? Ela não estava se sentindo muito bem para uma discussão nesta manhã. A batida veio novamente, embora mais severa que a primeira, e ela se levantou lentamente em direção à porta e a destravou.
"Por que demorou tanto?" ele latiu grosseiramente
“Me desculpe, eu estava me sentindo um pouco cansada” ela respondeu baixinho
“Cansada? Como você pode estar cansada? Você mal faz alguma coisa nesta casa, só come e fica à toa alegando estar grávida!” ele disse duramente, mas ela o ignorou totalmente. Não era a primeira vez que ele dizia palavras assim, então por que se importar?
“Estou falando com você, senhora, e você faria bem em me responder!” ele ralhou com ela.
“Por favor, eu imploro, eu não estou bem para uma troca de palavras logo de manhã,” ela disse simplesmente, sentando-se na cama cansada.
“E quem diz que estou aqui para uma troca de palavras? Saiba, senhora, que você não deveria estar cansada ainda.”
“Por favor, Octavio, por amor de Deus, me deixe em paz,” ela implorou.
“Deixar você em paz? E por que eu deveria deixar você em paz?” ele zombou “você é minha esposa, lembra? Você queria ser minha esposa a todo custo, até mesmo sujando as mãos, arruinando toda a minha vida no processo, sua v*d*!” ele disse enquanto caminhava em direção a ela.
“Você queria isso, Mariana, então não reclame. Agora saia dessa cama e vá me fazer o café da manhã!” ele trovejou.
“Por favor Octavio, eu peço desculpas por tudo, só pare de tornar minha vida um inferno e eu prometo fazer qualquer coisa que você quiser” ela implorou a ele, segurando as lágrimas que ameaçavam cair.
Ele a encarou com todo o ódio que podia antes de dizer gelidamente "A única coisa que você deveria fazer é sair da minha casa e da minha vida! Mas você se recusou a fazer isso, então ambos vamos ser miseráveis. Agora levante e faça o meu café da manhã!”
“Por favor, eu não estou me sentindo bem.”
"E como isso é problema meu? Estou com fome e preciso de comida", ele retrucou.
"Bianca pode fazer o café da manhã para você hoje."
"Bianca não é minha esposa."
"Por favor, só por hoje, estou me sentindo tonta."
"Você está sempre se sentindo tonta, usando sua gravidez como desculpa, o tempo todo. Não quero ficar bravo com você, então levante-se e me faça o café da manhã!" Ele gritou com ela.
Ela sabia que era inútil implorar a ele naquele momento, então se levantou da cama.
"O que você gostaria?" ela perguntou.
"Qualquer coisa simples e rápida serve. Meu café da manhã deve estar pronto em no máximo 10 minutos", disse ele antes de sair andando, batendo a porta com força, fazendo-a estremecer de medo.
***
Ela serviu sua refeição consistindo de Hambúrguer e milk-shakes frescos que ela conseguiu fazer com a ajuda da empregada, Bianca.
Por mais que durante o cozimento ela se sentisse tonta e cansada, e Bianca não poderia deixar de odiar mais o seu patrão. Ele sempre parecia maltratar sua esposa, que ela acha ser gentil e uma boa pessoa, não aquela mimada namorada que ele às vezes trazia para casa.
"Obrigada, Bianca, você pode me servir minha refeição lá em cima? Estou me sentindo realmente cansada", Mariana disse gentilmente a ela após ter servido Octavio.
"Sim, senhora, você pode ir para cima, você realmente parece doente," Bianca respondeu com preocupação.
"Não se preocupe, Bianca, eu estou bem, só me traga minha comida, e não se esqueça de pegar a sua também", ela insistiu.
"Ok, senhora", respondeu Bianca, indo para a cozinha.
Mariana tentou subir as escadas quando a voz de Octavio a deteve.
"E onde você pensa que está indo?" Ele perguntou.
"Para o meu quarto", ela respondeu sem olhar para ele.
"Para fazer o quê exatamente?" ele perguntou novamente.
"Octavio por favor, não hoje", ela implorou, sabendo que ele estava tentando a frustrar.
"Fiz algo errado por te fazer perguntas?" ele zombou.
"Não, mas por favor, eu preciso descansar. Meu corpo todo está doendo," ela respondeu com uma voz cansada.
"Seus pais não te ensinaram que quando você serve a refeição do seu marido, você deve se sentar e assistir ele comer?" ele retrucou, mas ela não disse uma palavra, dando a ele a chance de provocá-la mais. "Ah, como eu poderia esquecer que eles estão mortos?"
Uma lágrima desceu pelos olhos dela; por que ela tinha cometido o erro de se apaixonar por esse homem e até mesmo se casar com ele?
"Por favor, Octavio, deixe meus pais fora disso", ela implorou.
"Por quê? Por que eu deveria? Eles deveriam ter te dado uma boa educação antes de morrerem e como não fizeram, você se tornou uma vagabunda, uma interesseira e uma jovem sem vergonha!" ele zombou, apreciando as lágrimas que escapavam de seus olhos.
O que ele disse a deixou triste e irritada, e com a pouca força que conseguiu reunir, ela retaliou com raiva, não ligando para as consequências.
"Sei que errei ao te forçar a este casamento, talvez realmente devesse aceitar todos os insultos que você atira em mim, mas eu te imploro, em nome de tudo o que você preza, mantenha meus pais fora de sua boca maldita!"
Os olhos dele escureceram e ele deu uma risadinha. "Acho que você está ficando mais corajosa e deveria saber que certamente vou te castigar por isso ... Bianca! Bianca!!"
"Sim, senhor", Bianca respondeu saindo da cozinha, onde tinha estado bisbilhotando-os, sentindo pena de sua patroa.
"O que demorou tanto para atender minha ligação?"
"Desculpe, senhor, eu estava ocupada preparando a refeição da minha patroa", ela respondeu mal-humorada.
"Da próxima vez que você desperdiçar meu tempo com tais bobagens irrelevantes, irei demiti-la! Entendeu?"
"Sim senhor"
"Ótimo! Agora eu quero que você tire o dia de folga, sua patroa estará encarregada do dia de hoje", disse Octavio, com um tom firme na voz, olhando diretamente para Mariana, que se apoiava na balaustrada da escada enquanto se virava em choque para encará-lo.
"Mas senhor, minha patroa não está se sentindo muito bem e eu não quero tirar o dia de folga", respondeu Bianca, tentando esconder a raiva em sua voz porque ela não queria entrar na lista negra do seu cruel patrão.
"Pegue suas coisas e saia agora mesmo!" ele ordenou furioso.
"Mas senhor..."
"Faça o que eu digo ou está arriscando perder seu emprego e sua sanidade!"
Bianca parecia dilacerada entre desobedecer seu patrão e perder seu emprego enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto.
"Bianca, vá e não se preocupe comigo," Mariana disse a ela, embora chorando amargamente em seu coração, se perguntando onde tinha errado na vida.
Bianca olhou para ela com pedido de desculpas e simpatia antes de pegar sua bolsa e sair, deixando-a e à besta que ela chamava de marido.
Octavio saiu para o escritório depois de garantir que deu a Mariana tarefas domésticas suficientes para mantê-la ocupada pelo resto do dia. Como ele odiava a visão dela, ela sempre o irritava e ele não podia suportar o fato de todos saberem que ela é sua esposa.
***
"Ei cara," seu amigo e colega de trabalho Thales cumprimentou enquanto se aproximava de Octavio e eles apertaram as mãos calorosamente.
"Onde você esteve?" Octavio perguntou.
"Eu estive por aí," a resposta de Thales foi evasiva e Octavio olhou para ele com suspeita.
"O quê? Por que esse olhar assustador?" Thales perguntou.
"Nada, apenas ainda surpreso que você viajou sem me informar."
"Foi urgente."
"Tão urgente que você não pôde comparecer ao meu casamento?" Octavio revidou.
"Eu sinto muito, Octavio. Não fique bravo comigo. Você nem estava feliz com o casamento," Thales retrucou.
"Sabe que tem razão, cara... é complicado."
"Não é, você que está sendo chato. Como ela está, de qualquer maneira?"
"Bem, eu não sei e sinceramente não me importo. Eu simplesmente odeio vê-la," ele disse com muita raiva.
"Que droga, Octavio! Essa garota é um diamante raro. Por que você a trata tão mal?" Thales perguntou, parecendo chateado.
"É tudo culpa dela, ela pediu por isso."
"Vamos lá, cara, mas você é casado com ela e ela está grávida de você."
"Ninguém pediu para ela ser uma vadia!" ele retrucou.
"Meu Deus, Octavio! Você é tão implacável, essa mulher realmente te ama e você sabe disso!"
"E eu não a amo, eu só amo a Nelson."
"Aquela mimada?" Thales sibilou.
"Não a chame assim," Octavio retrucou.
"Por quê? Você sabe que o que estou dizendo é a verdade, Nelson pode não ser uma caçadora de fortunas, mas ela é certamente uma galinha," Thales respondeu sem meias palavras, recebendo um olhar mortífero de Octavio.
"Sabe de uma coisa? Não vou ficar aqui ouvindo as besteiras que você está dizendo," Octavio disse, se dirigindo ao seu escritório e ignorando os cumprimentos de sua secretária enquanto batia a porta.
Thales ficou um tempo se perguntando por que Octavio odiava tanto a Mariana. Mariana era uma mulher bonita e de bom coração, com todas as qualidades que um homem desejaria em uma esposa.
