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Nos olhos dele

Nos olhos dele

Completo

Romance

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Introdução

Sete anos atrás, Melissa Hilton deixou sua família para trás com coração partido para fugir de apenas uma pessoa: O melhor amigo do seu irmão, Austin Kennedy, por quem ela se apaixonou desde o dia em que ele se salvou de alguns valentões na escola. No entanto, no dia em que Melissa pretendia confessar seu amor a Austin, ela teve o coração partido. Ela viu sua irmã beijando Austin, mesmo sabendo que Melissa estava apaixonada por ele! Sete anos depois, quando Melissa voltou para sua cidade natal, ela encontrou Austin novamente. Nessa altura, ela já se tornou uma mulher bonita e elegante, mas ainda tinha sentimentos pelo Austin. Inesperadamente, a jovem descobriu que, durante os sete anos que estiveram separados, foi Austin quem lhe enviou presentes anonimamente em todos os seus aniversários. Ela não queria que seu amor terminasse antes de começar, então decidiu confessar seu amor a ele mais uma vez. Mas ela não tinha ideia de que, desde o momento em que escolheu se aproximar do Austin, ela já havia entrado em sua armadilha... -------------------- Marcado por seu passado, Austin Kennedy se tornou um homem que todos temiam. E a única luz para ele, era sua Rosazinha, uma menina com sardas e olhos turquesa que ele adorou por toda a sua vida, uma irmãzinha do seu melhor amigo. Após os sete anos que estiveram separados, quando finalmente chegou a hora de expor a verdade, Austin Kennedy começou seu jogo: O jogo da vingança. Ninguém nunca conseguiu escapar de seu jogo. Ele conseguiria o que quisesse. Mas nos olhos dele, ela seria o único anjo. -------------------- Melissa poderia distinguir o amor e o ódio para proteger seu coração? Ou ela deixaria o homem seduzi-la para sua armadilha?
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Chapter 1

Encarei a garota à minha frente. Seus olhos nervosos também estavam fixos em mim, por trás das armações pretas dos óculos. Cautelosamente, eu coloquei uma mecha solta atrás da minha orelha e mordi meus lábios. Ela imitou. Eu pisquei, ela também fez o mesmo.

"Já terminou de se encarar, Meli?", veio um suspiro pesado atrás de mim, "Pelo amor de Deus! Você passou os últimos cinco minutos assim! Está começando a me assustar!"

Eu olhei para a minha melhor amiga através do espelho. Ela me olhava, séria, com os braços cruzados sobre o peito, sentada à beira da minha cama.

Meus olhos se voltaram para o meu reflexo. "Eu não sei, Thalia. Você acha que ele... Vai gostar do meu visual?".

"Depois de passarmos duas horas para deixá-la bonita? Sim, achamos que ele vai gostar. E não vai te rejeitar quando você declarar o seu amor eterno por ele", brincou minha outra melhor amiga, Silva, que estava de pé ao lado de Thalia.

Rejeitar. Aquela palavra assombrou meus sonhos por anos. Eu esperei seis anos por este dia, desde quando ele me disse aquelas palavras.

E se ele me rejeitar hoje... Eu não sabia o que iria fazer.

Lembrei o passado...

"Você será meu príncipe, Austin? Eu quero ser a sua princesa", perguntei ao melhor amigo do meu irmão, quando ele me deu um vestido de Cinderela no meu nono aniversário.

Ele riu da minha pergunta boba, quase partindo meu coração, mas, quando viu meu rosto desanimado, ele se agachou diante de mim, seus olhos cinza, como uma tempestade, nos meus turquesa. "Você é a minha princesa."

"Sério?", meu rosto se iluminou como uma árvore de Natal, "Então você vai se casar comigo?".

Ele mordeu o lábio, com um olhar divertido. "Me desculpe, florzinha, mas não posso".

"Por quê?", fiz beicinho.

"Porque não é o momento certo. Você ainda é tão jovem."

"Então, quando será o momento certo?", eu o encarei, esperançosa.

"Quando você deixar de ser um botão e florescer".

...

Eu esperei até aquele dia para florescer. Naquela época, eu não sabia o que aquilo significava, mas anotei as palavras em meu diário para lembrar e entender.

E Silva disse que já tínhamos idade suficiente para namorar. Bem, ela já namorava desde os quatorze anos, e agora aos quinze já estava no quarto namorado.

Eu sabia que tudo que Austin tinha dito naquele dia foi porque ele não queria partir o coração inocente de uma menina de nove anos, mas não me importava. Achei que estava pronta para confessar meus sentimentos por ele hoje. Desta vez era pra valer.

"Meli, você está linda! Eu prefiro o seu cabelo longo e ondulado, mas tudo bem, assim também é sua cara", comentou Thalia.

Meu cabelo ia até a cintura, mas eu o cortei na altura dos ombros e alisei os cachos desgovernados, assim como Kimberly, minha irmã. Ela e meu irmão, Berlin, eram gêmeos, então, obviamente, Austin era o melhor amigo dela também. Eu o ouvi falar que gostava do cabelo da Kimberly uma vez, então deixei o meu igual, embora o dela fosse loiro e o meu castanho.

"Cabelo curto está na moda agora. E Austin prefere curto", respondi, checando minhas unhas cuidadosamente feitas.

Assim como as de Kimberly.

Assim como Austin preferia.

Todas as namoradas dele eram como a minha irmã: bonitas e elegantes. Sim, eu tinha ciúmes delas, mas todas eram só temporárias. Assim que estivéssemos juntos, não haveria mais ninguém em sua vida além de mim.

Eu fiquei corada com aquele pensamento.

Então eu decidi ser como elas, tomando como inspiração a minha irmã. Talvez assim ele me notasse.

E todo o makeover de hoje era a prova. Vestida como Kimberly, estilizada como Kimberly. Eu até peguei seu perfume favorito escondida, no quarto dela.

"Este vestido não está muito curto, Silva?", embora eu quisesse usar algo como Kimberly, eu estava bem desconfortável. Ela tinha boas medidas tanto na frente quanto atrás e ficava bem naqueles vestidos apertadinhos, já eu era reta dos dois lados. Até que era normal para uma menina de 15 anos.

"Claro que não! Você vai usar isso e ponto final! Você não quer que o Austin te note?", ela ergueu uma sobrancelha.

"Tudo bem!", concordei, respirando fundo. 'Vamos lá, Meli! Você consegue!'

"Então vamos logo, senão perderemos a entrada triunfal dos seus irmãos", ela cantarolou, enquanto caminhava para fora.

Hoje era o aniversário de 19 anos dos meus irmãos mais velhos, e todas as ocasiões na família Hilton eram conhecidas por serem grandiosas, então ninguém queria perder este evento especial. Quase metade das famílias renomadas foram convidadas.

Quando chegamos todos ao salão, eu não parava quieta no lugar. Minhas mãos estavam suadas e meu peito pulsava. Estava ansiosa para encontrar o Austin, e meu vestido, muito curto, aumentava o meu desconforto.

Avistei meu pai e minha mãe na multidão. Eles estavam juntos, como sempre. Mesmo após vinte anos de casamento, eram muito apaixonados um pelo outro.

Aquilo me dava esperança. Se eu e o Austin fossemos assim um dia...

"Melissa!", a voz da minha mãe interrompeu meu devaneio.

Eu sorri e caminhei em direção a eles.

"Meu Deus! Olhe para você! Minha pequena está tão linda hoje!", ela falou, com um sorriso radiante.

"Você acha?", eu corei.

"Claro, querida! Você deveria se arrumar assim mais vezes!"

Papai permaneceu quieto. Ele não parecia estar contente com a forma como eu estava vestida, tão contrária à minha natureza.

"Não gostou do vestido que eu comprei para você, princesa?", ele perguntou.

Eu gostei. Muito. Mas Austin não iria gostar.

"Claro que gostei, papai! Mas... Não consegui encontrar joias que combinassem com ele", menti.

Ele assentiu com a cabeça.

Mamãe me direcionou um olhar astuto. Ela e todo mundo sabia da minha quedinha por Austin Kennedy, mas eles não sabiam que era bem mais do que só uma quedinha.

Ele se tornou meu príncipe encantado assim que chegou em nossa casa com Berlin, quando eu tinha apenas sete anos. Ainda me lembrava claramente daquele dia. Mas no dia em que ele me salvou de alguns valentões na escola, ele se tornou meu herói, e, com o tempo, ele conquistou meu coração.

Eu segurei o impulso de cobrir minhas bochechas coradas com esses pensamentos.

Onde ele estava?

Olhei ao redor. Já era para ele estar aqui. Mês passado, quando jogamos xadrez, ele prometeu que viria esta noite, e ele nunca quebrou suas promessas comigo.

Ele costumava vir todos os dias, mas após a tragédia que sua família enfrentou um ano atrás, suas visitas à nossa casa diminuíram. Ele mudou. Aquele Austin relaxado e brincalhão virou um Austin perdido, que estava sempre irritado, mas ele sempre foi gentil comigo. Ele visitava uma vez por mês para nos ver e, claro, jogar xadrez comigo.

A multidão aplaudiu quando Kimberly e Berlin desceram as escadas de forma dramática com os holofotes sobre eles. Ela parecia uma fada, em um vestido rosa que parava no meio da coxa, enquanto Berlin estava elegante em seu smoking preto. Eles sorriam para as câmeras e para os convidados enquanto seu grupo de amigos aplaudia e assoviava loucamente.

Mas ainda não havia nenhum sinal do Austin.

Eu pedi licença e vaguei sem rumo em meio aos convidados.

'Onde você está, Austin?' Eu pensei.

"Ai!"

Eu cambaleei para trás quando colidi com um peito firme e um par de braços envolveu minha cintura.