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O bilionário possessivo

O bilionário possessivo

Author: Amanda Bittencourt

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Bilionário

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Introduction

Amor. Grandeza. Paixão O homem que tinha tudo, finalmente encontrou seu algo para conquistar! Eduardo Villa-Lobos, poderoso bilionário brasileiro, tem tudo que quer na vida. Ele tem boa aparência, riqueza, poder e mulheres. Costuma viajar o mundo, travando batalhas e acordos comerciais, e nessas viagens, ele sempre consegue tudo o que quer. Em um único estalar de dedos, ele tem o mundo aos seus pés... O mundo, exceto uma mulher chamada... Camila Cavalcanti.
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Chapter 1

“Somos todos um pouco estranhos. E a vida é um pouco estranha. E quando encontramos alguém cuja estranheza é compatível com a nossa, nos juntamos a essa pessoa e caímos nessa esquisitice mutuamente satisfatória a que chamamos de verdadeiro amor.” — Robert Fulghum.

Eduardo Villa-Lobos começou a perder a paciência, seus lábios estavam pressionados com irritação. Ele continuou a olhar para o topo da grande escadaria acarpetada da Mansão Cavalcanti, e em seguida, de volta para o seu Rolex.

Onde diabos ela estava? Já tinha se passado quinze minutos desde que chegaram ali e ainda nenhum sinal dela. Porra, ela estava desperdiçando o seu tempo. Ele cerrou os dentes e passou a mão, frustrado, por seu cabelo preto incontrolável.

Levantou-se e enfiou as mãos nos bolsos, enfatizando a sua altura e seu corpo magro, ainda que musculoso. O rico contorno dos seus ombros tensos contra o tecido do seu terno cinza Armani, exibia poder e confiança.

Ele chegou mais perto do retrato em tamanho real que pairava no centro da sala de estar. Seus brilhantes olhos azuis estudaram o retrato bruscamente. Era uma foto de uma bela mulher com um vestido pêssego de um ombro só. Ele era quase da mesma cor que a sua pele. Seus cativantes olhos castanhos, emoldurados por cílios escuros e longos, olhavam para ele intensamente, de forma atraente e magnética. Uma onda súbita de desejo tomou conta dele.

Droga! O que há de errado comigo?

Negou o efeito da image em seus sentidos, então piscou os olhos com força e olhou para o retrato novamente. Seu cabelo era tão escuro quanto a noite, longo e ondulado que caía em curvas graciosas até a cintura. Ela estava usando um conjunto de brincos de diamante e um colar de crucifixo que se instalava entre os seus seios firmes. Ela parecia uma princesa inocente de um filme de conto de fadas. Sua boca torceu desagradavelmente.

Esta imagem era uma farsa. Todo mundo sabia que ela não era inocente. Camila Cavalcanti era imprudente, uma criança mimada, uma socialite. Ela tinha a sorte de ser a única herdeira do bilionário Fernando Cavalcanti, que era o maior exportador de agronegócio no Brasil.

Eduardo estava odiando estar ali. Uma reunião com Camila Cavalcanti, sua futura esposa, não era o evento mais importante da sua vida, pois não estava pronto para se casar já que ainda estava no auge da vida. Ele não podia simplesmente desistir de namorar mulheres diferentes a cada semana e ter amantes em todo o globo. No entanto, ele não tinha escolha. Tinha que obedecer a vontade do seu pai e casar-se com a garota.

O pai de Eduardo, Gregório Villa-Lobos, tornou-se irredutível no cumprimento da sua promessa ao amigo de infância Fernando Cavalcanti, de unir a riqueza de suas famílias através do casamento de seus filhos. Seu pai afirmava que os Villa-Lobos eram homens de honra e cumpriam suas promessas.

Contra sua vontade, Eduardo concordou, mas comprometeu-se que não seria fiel a este casamento. Ele teria a liberdade para seguir o estilo de vida que gostava e continuar mantendo suas amantes.

Vá para o inferno, Camila Cavalcanti!

Ele lembrou-se da primeira vez que seu pai abriu a questão do casamento, sete anos atrás. Ele ainda tinha vinte anos, e estudava Administração de Empresas na Universidade de Harvard. Seu pai lhe mostrou uma foto de Camila Cavalcanti aos quinze anos de idade, que parecia muito jovem e bonita em seu uniforme azul da escola. Seu longo cabelo preto estava trançado e ela estava sorrindo para a câmera, mostrando todos os dentes. Eduardo achou-a muito bonita, mas ainda era uma criança.

Gregório explicou ao Eduardo a sua amizade com o pai de Camila. Como eles lutaram para defender um ao outro quando eram jovens. Ele mesmo devia sua vida a Fernando por salvá-lo de um incêndio. Cada um tornou-se um protetor, confidente e melhor amigo do outro. Eles eram como irmãos. Agora que eram velhos, o desejo de proteger a sua riqueza se tornou o principal objetivo de ambos. Eles concordaram que o casamento de seus filhos era a única resposta para alcançar tal coisa.

— Fala sério! Você está louco, pai. Casamentos arranjados não existem mais.

— Filho, eu dei a minha palavra ao Fernando. Sua esposa, Marcia, não pode mais ter fihos por causa da condição preocupante do seu coração. Não há nenhuma chance de eles terem um filho para herdar a fortuna. Sua filha é uma criança mimada, imprudente e irresponsável. Ela prefere sair com seus amigos ao invés de estudar. — Gregório sacudiu a cabeça em desaprovação. — Eles têm que escolher um bom marido para ela, que seja confiável e capaz de executar os negócios da família no futuro.

Eduardo colocou as mãos nos bolsos da calça jeans e descansou o ombro contra a parede.

— Eu não sou mais uma criança. Você não pode me obrigar a casar com alguém. O casamento não está na minha mente ainda. Eu amo minha vida e gosto de namorar meninas diferentes a cada semana. — Ele gemeu e continuou. — Eu não quero ser amarrado, especialmente a esse tipo de garota. Ela é apenas uma criança! Eu não suporto crianças mimadas como Camila Cavalcanti. Aposto que ela é um pé no saco.

— Ela ainda é jovem. E certamente irá mudar quando for mais velha.

Eduardo revirou os olhos e riu sarcasticamente. Ele enfiou as mãos mais fundo nos bolsos e enfrentou seu pai diretamente. A semelhança era extremamente evidente em suas características faciais esculpidas e na pele morena, embora Eduardo tivesse ficado pelo menos dez centímetros mais alto que o pai.

— Pai, eu ainda tenho que realizar meus sonhos, terminar meus estudos, e ajudá-lo nos negócio, fazendo com que cresça mais. Diga ao velho que eu não vou me casar com a filha dele nunca.

Gregório começou a andar na sala de estar da sua mansão de dois andares em Cambridge, Massachusetts.

— Eu te entendo filho, mas você não tem que pensar sobre isso ainda. — Ele fez uma pausa e encolheu os ombros. — Você está certo. Ambos são jovens. Você tem que terminar seus estudos primeiro e aproveitar a vida.

— Claro. — Eduardo deu um suspiro de alívio.

— Mas filho, não terminamos essa discussão ainda. Vamos falar sobre isso novamente em outro momento. — Seu pai disse antes de sair naquele dia.

Eduardo era rodeado de mulheres atraentes e sofisticadas. A maioria delas eram modelos, atrizes e celebridades. Seus relacionamentos duravam apenas dias ou semanas, e com algumas mulheres de sorte, um mês. Ele se livrava de suas mulheres tão frequentemente quanto descartava camisinhas usadas. Ele as tratava como um brinquedo ou criaturas que não devia levar a sério. Provavelmente, como uma boneca, que depois de quebrada, podia ser jogada fora e facilmente substituída por outra.

Ele não acreditava no amor, porque nunca tinha experimentado. Ele pensava que o amor não existia realmente em seu mundo. Sua definição de amor era apenas uma ou outra palavra de luxúria ou um jogo que as pessoas jogavam.

Ele não tinha encontrado a mulher que amaria e com quem passaria o resto de sua vida. Nenhuma das mulheres com quem ele saiu jamais tocou seu coração.

Ela ainda não tinha nascido. Talvez pertencesse a outra dimensão. Ele normalmente pensava nisso com um sorriso no rosto.

Para ele, o casamento era uma armadilha – uma pena de prisão. O homem ficaria preso enquanto sua esposa iria agir como seu chefe. Sua vida já não lhe pertenceria, ele já não teria a liberdade de fazer suas próprias escolhas e viveria sem ser dono da sua própria vida. Também seria privado de ter todos os prazeres de um homem, especialmente ao transar com mulheres diferentes. O casamento era o que os homens de meia-idade faziam para ter um herdeiro.

Ele sabia que um dia, ele teria que se casar com alguém, ter um filho para herdar a fortuna maciça dos Villa-Lobos. Ele não tinha escolha. Claro, isso iria acontecer no futuro, quando ele fosse mais velho e estivesse cansado da vida de pegador. Quando esse tempo chegasse, ele queria escolher sua própria esposa, uma mulher de quem ele pudesse se orgulhar.

Ela teria que ser extremamente bela, exuberante e sofisticada. Tanto, que todos os homens teriam inveja dele. Claro, ela não teria que ser inteligente, mas com boa educação e, mais importante, submissa e virgem!

Depois que Eduardo conseguiu sua graduação Administração de Empresas na Universidade de Harvard, começou a ajudar o pai a administrar os negócios de milhões de dólares da cadeia global de hotéis, casino e resorts de praia. Ele foi muito bem sucedido em seus negócios no exterior e viajava para diferentes continentes quase todas as semanas.

Era muito independente, confiante em seus pontos fortes e não tinha medo de nada. Ele sabia o que queria e ia atrás. Era imparável, um negociador brilhante e adorava correr riscos. Ele não mostrava medo em lidar nos negócios com outros executivos qualificados, magnatas, ou mesmo com príncipes e reis.

Agora, aos vinte e sete anos de idade, ele foi aceito como o CEO da Villa-Lobos International Holdings Inc. Conseguiu adquirir sua cêntupla empresa lucrativa e ganhava milhões e milhões de dólares anualmente. Assumiu o controle total da empresa, tornando-a a mais competitiva no mercado global.

A questão do casamento foi trazida novamente por seu pai. Uma foto em que Camila Cavalcanti estava mais velha foi mostrada a ele. Ele não podia acreditar no que via. Ela parecia muito diferente agora. A menina tímida, inocente, aos quinze anos tinha desaparecido e sido substituída por uma mulher de vinte e dois anos. Notavelmente atraente, deslumbrante e linda.

Camila Cavalcanti estava usando um vestido vermelho na imagem, que enfatizava seu corpo curvilíneo e sexy, e um par de sapatos dourado de salto alto, acentuando suas longas pernas “agradáveis”. Seu longo cabelo preto brilhante em forma de cascata caía-lhe até a cintura, dando-lhe um olhar recatado e misterioso. Ela estava muito mais bonita agora, sem seu aparelho.

Malditos lábios! E maldito sorriso assassino que poderia derreter o coração de qualquer homem!

Até mesmo seus olhos amendoados o encantaram, como pólos de ímãs hipnotizando e dando-lhe um “venha e me olhe”. Naquele momento, Eduardo percebeu que ele estava em apuros. Inferno! Ele não poderia estar atraído por uma mulher que ele só tinha visto em fotos.

De jeito nenhum! Ele disse a si mesmo. À força, ele negou a atração que sentia por Camila. Eduardo ainda não gostava da idéia de casar-se com ela. Não importava como ela era bonita. Ela não passou no alto padrão que ele estabeleceu para a esposa.

Ela é uma criança mimada, uma foliã selvagem e, provavelmente, tem uma vida sexual selvagem também! Ele não podia suportar mulheres promíscuas.

No entanto, seu pai tornou-se muito insistente e forte em sua campanha pró-casamento. Ele disse que já era hora de cumprir sua promessa a Fernando Cavalcanti.

— Então você deveria se casar com ela. Você tem estado tão solitário desde que a mamãe morreu. — Eduardo disse ao seu pai. Ele estava sentado atrás de uma grande mesa de mogno em seu escritório, em Nova Iorque. Seu pai deu um suspiro.

— Não envolva a sua mãe nisso, filho. Sua alma já descansou em paz. Isso tudo é sobre você e Camila.

— Eu te disse várias vezes, não vou casar com Camila Cavalcanti ou qualquer outra neste momento. Eu amo minha vida! Eu não estou pronto para ser amarrado a uma esposa irritante e fraldas sujas. Eu gosto da minha liberdade.

— Basta! Os Villa-Lobos são homens de honra. Nós cumprimos nossas promessas. Você vai casar-se com Camila, o mais rapidamente possível. Nós já discutimos este assunto, há sete anos. Já decidi e eu vou ter certeza que você vai me obedecer desta vez, Eduardo.

Após uma semana de discussão com seu pai, Eduardo finalmente cedeu. Com o coração pesado, ele concordou em casar-se com Camila. Ele não teve escolha a não ser obedecer porque seu pai estava tão irredutível no cumprimento da sua promessa a Fernando Cavalcanti que ele não sabia o que ele faria se não cedesse.

— Ok, você ganhou. Vou casar com ela. Eu sei que você está fazendo isso para nosso próprio bem. Irei ao Brasil com você e pedir sua mão em casamento. — Eduardo disse ao seu pai por telefone.

— Estou feliz, filho, que finalmente percebeu a importância desta união. Eu sei que você não vai me decepcionar. Você não vai se arrepender da sua decisão. Iremos ao Brasil o mais rápido possível. Vou ligar para Fernando e informá-lo. — Seu pai respondeu alegremente.

— Como quiser, pai. — Eduardo respondeu sombriamente e desligou o telefone. Ele levantou-se da mesa e caminhou em direção à janela de vidro do seu escritório. Ele olhou para os arranha-céus de Nova Iorque fixamente, pensando nessa mulher.

O alarme do seu Rolex trouxe a mente de Eduardo até o presente. Ele terminou seu uísque em um gole. Estava tão agitado que muitas vezes mudou de posição na cadeira e olhou para o relógio. Ele não conseguia entender por que se sentia um pouco nervoso sobre o seu encontro com Camila.

Seu pai, Gregório Villa-Lobos, estava sentado bebendo champanhe com os pais de Camila, Fernando e Marcia Cavalcanti, na sala de estar. Eles estavam conversando e rindo com entusiasmo por causa do casamento de seus filhos.

— Marcia, Camila não desceu ainda, o que houve? Diga à empregada para lhe dizer que se apresse. — Fernando disse à sua esposa, sentindo a inquietação de Eduardo.

Fernando e Marcia Cavalcanti estavam ambos na faixa dos cinquenta e poucos anos e já estavam casados há vinte e cinco. Eles eram um exemplo de socialites ricos e famosos do Brasil. Eram muito ativos na igreja e na organização cívica.

Marcia se levantou do elegante sofá vitoriano vermelho e dourado. Seu longo vestido de cetim brilhava com a luz.

— Vou chamá-la, por favor, desculpem-me senhores. — Ela sorriu charmosamente e caminhou em direção à escadaria com tapete vermelho.

Eduardo foi ao mini-bar para pegar outro copo de uísque. Seus nervos estavam tensos. Suas mãos tremiam, não importava o quanto ele tentasse controlá-las.

Ele não conseguia entender o que sentia. Era tão incomum porque ele era um homem cheio de confiança, coragem e comando. Nada o assustava. Ser presidente do conselho estudantil na faculdade e líder de várias organizações cívicas fez dele um indivíduo resistente e autoconfiante. Ele era famoso em dar longos discursos e fazer debates em defesa de seus princípios. Dirigir os negócios do pai e conhecer diferentes tipos de pessoas em todo o mundo o fez mais forte, mais brilhante e muito poderoso.

Mas agora... conhecer Camila Cavalcanti em pessoa o deixou nervoso. Sentia-se como se estivesse prestes a ser pregado em uma cruz.

O que havia de errado com ele? Ela era apenas uma mulher, e não era nem mesmo o seu tipo. Droga!

— Fernando! Fernando! — Marcia gritou. Ela estava em pé no topo da escadaria.

— Devagar, Marcia. O que há de errado? — Fernando se levantou e foi em direção à esposa.

— Ela foi embora! Camila se foi. Ela não está no quarto.

— O que! — Os olhos de Fernando se arregalaram. Ele parecia tão chocado que rapidamente subiu as escadas, até o quarto da filha.

Eduardo franziu a testa, não podia acreditar no que acabara de ouvir.

Camila Cavalcanti tinho ido? Ele pensava que ela estava morrendo de vontade de casar! Ele estava suando muito agora e não podia explicar seus sentimentos ambíguos. Ele sentiu-se aliviado, mas também irritado e... rejeitado.

Seu pai apenas olhou para ele e deu de ombros. Um tenso silêncio envolveu a sala. Ambos esperaram os Cavalcanti descerem. Poucos minutos depois, Fernando desceu as escadas. Seu rosto estava sombrio e os ombros caídos.

— Sinto muito Gregório. Lamento, Eduardo. — Ele balançou a cabeça, desapontado. — Camila não está no quarto. Ela fugiu. — Fernando disse com uma voz de sofrimento.

Eduardo olhou para o retrato de Camila Cavalcanti. Cadela!