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O bilionário vingativo

O bilionário vingativo

Auteur: Amanda Bittencourt

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Bilionário

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Introduction

Marco Villa-Lobos, um espécime raro de homem, lindo e sexy como o pecado. Extremamente rico, brilhante, formado em Harvard, e completamente irresistível. Amado e adorado pelas mulheres. Mas no fundo do seu coração, ele tem uma ferida que não quer curar. Ele foi quebrado por uma mulher. Uma mulher que ele pretende ter em suas mãos e destruir lentamente até que ela se arraste aos seus pés e implore por misericórdia. Ele quer vingança.
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Chapter 1

Todos na América conheciam Charlotte McKeena. Ela era a única filha do senador Bernard McKeena e da ex-Miss América, Judith Linvstone. Eles eram o exemplo perfeito de uma poderosa e famosa família americana.

Charlotte McKeena sempre se destacou em tudo o que fazia. Ela não só foi oradora da sua turma na faculdade de Economia em Havard, mas também seguiu os passos da mãe e tornou-se a mais nova Miss América e, eventualmente, também ganhou o título de Miss Universo com apenas vinte e dois anos de idade.

Seu rosto e sorriso lindos foram estampados em todos os lugares. De outdoors a revistas. Até mesmo na Times Square. Ela era a inspiração de toda garota americana e o sonho de consumo de todos os homens que a conheciam.

Charlotte tinha treze anos de idade quando seu irmão mais velho morreu devido a um acidente de carro. Sua família desmoronou com o acontecido. Seu pai, o homem mais forte que ela conhecia, entrou em negação. Foi quando ele passou a dedicar-se apenas à sua carreira política, viajando sempre e ficando muito pouco em casa. Sua mãe levou quase um ano para superar a depressão. Ela se tornou uma alcoólatra e começou a fazer uso exagerado de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos.

Apesar de tudo, Charlotte manteve-se forte. Mesmo que tivesse sido doloroso para ela. Apenas depois de um ano, foi que sua família lentamente começou a se normalizar e aprendeu a aceitar a perda.

Para garantir que seus pais ficassem felizes e não caíssem nunca mais em um estado emocional, remotamente parecido com o de antes, Charlotte passou a fazer a vontade dos pais a todo custo. E foi por esse motivo que ela escolheu a faculdade de Economia e a carreira de modelo ao mesmo tempo. Ela queria deixar ambos os pais orgulhosos e compensar o fato de que agora eles só tinham um filho para exigir as coisas e não dois.

Mas todo mundo tem suas próprias falhas. Ela fez uma acusação imperdoável para alguém havia quatro anos. Ela arruinou a vida de uma pessoa e lamentava todos os dias o que acontecera. Todas as noites, sua consciência não a deixava dormir. Ela queria voltar no tempo, pois desejava nunca ter posto os olhos em Marco Villa-Lobos.

Aconteceu quando Charlotte tinha dezoito anos e começou sua graduação em Economia na Universidade de Harvard. Ela era uma caloura e ainda se sentia estranha em um novo ambiente com pessoas que ela não conhecia.

Ela se perdeu durante seu primeiro dia de aulas em Harvard. Tinha certeza de que pegou o caminho certo, mas não conseguiu localizar sua sala.

— Você está perdida? — Um cara se aproximou dela.

— Ah sim. Eu estou procurando o meu quarto. — Charlotte respondeu ao cara nerd.

Ele usava uma camisa cinza de lã, calças folgadas marrons, óculos com armação preta e sapatos pretos. Seu cabelo estava achatado na sua cabeça com gel. Ela imediatamente lembrou-se de Clark Kent.

— Estou procurando o quarto 201.

— Deixe-me ver o seu cartão de ingresso.

Charlotte mostrou o cartão ao cara nerd.

— Você está no prédio errado. O Departamento de Economia é do outro lado. — O cara sorriu. — Se você quiser, eu posso te mostrar onde fica. Eu estou indo para lá também.

— Ok, se estiver tudo bem pra você.

Eles estavam descendo as escadas quando ele disse.

— Á propósito, eu sou Marco Villa-Lobos. — o cara estendeu a mão.

— Oi Marco. Muito prazer em conhecê-lo. Eu sou Charlotte McKeena.

— Eu sei.

— Você me conhece?

— É claro. Você é filha do senador McKeena.

Charlotte ficou não ficou surpresa, já que toda a mídia a conhecia.

— Você também é novo aqui?

Ele respondeu educadamente. — Não. Eu estou no meu último ano.

— Uau! Então você está prestes a se formar.

— Sim, eu estou ansioso. — Ele disse humildemente.

Charlotte e Marco instantaneamente se tornaram amigos. Ele foi seu primeiro amigo em Harvard. A todo tempo eles se batiam pelo campus. Marco era sempre muito simpático e acessível.

Charlotte soube por sua colega de quarto, Johanna Chan, que Marco era muito popular em Harvard. Ele era o presidente do Conselho Estudantil, editor chefe do Jornal Escolar, presidente do Time de Xadrez, e foi o último vencedor do Decágono Acadêmico. Era uma espécie de aluno prodígio e com certeza se formaria com honras em Administração de Empresas. Charlotte ficou muito impressionada com as realizações do amigo.

— Você sabia que a família de Marco é dona da Villa-Lobos Internacional Holdings, Inc? — Johanna informou Charlotte. — Eles são muito ricos! Não duvido que sejam donos da metade dos prédios de Nova Iorque.

— Realmente? — Charlotte ficou impressionada, pois Marco não parecia ser um riquinho besta.

— Sim. E olhe para ele. Um cara simples.

— Sim, eu concordo. Eu gosto da sua atitude, ele parece tão pé no chão.

— Ele pode ser um nerd, mas tem um sex appeal que minha nossa... Pelo menos é o que eu acho. Mesmo assim, soube que ele nunca namorou, porque a maioria das meninas preferem os bad boys, não os caras bonzinhos. Mesmo sendo bonito, seu modo de se vestir afugenta todas.

— Sério?

— Sim, é o que eu soube. Mas olha só, se ele desse uma repaginada no visual e tirasse aqueles óculos, ficaria um gato muuuito gostoso, não acha?

Charlotte sorriu.

— Sim, você está certa. Mas eu não acho que ele ficaria feliz com uma reforma. Com todas as coisas que ele tem em mente, tenho certeza de que é muito ocupado para se preocupar com a aparência.

Ambas as meninas riram.

Uma manhã, enquanto Charlotte estava à espera de sua próxima aula, tomando cappuccino, Marco se aproximou dela.

— Oi Charlotte.

— Oi Marco.

— Eu estou precisando de um favor. Será se você pode me ajudar?

— Depende. Qual é o favor?

— Precisando de um editor para o jornal. Você gostaria de se juntar à nossa equipe?

— Seria ótimo. — ela respondeu entusiasmada, pois precisava de créditos extras. —  Mas eu não sou muito boa em escrever artigos ou colunas, eu não tenho experiência.

— Oh, Não se preocupe com isso. Eu posso te ensinar.

— Não tenho certeza. — ela hesitou.

— É realmente muito fácil. Vamos lá, diga que sim, eu tenho certeza de que você vai se divertir. — Marco sorriu e tirou os óculos para limpar as lentes com a borda da sua camisa.

Charlotte prestou atenção no rosto dele e percebeu que sua colega de quarto estava coberta de razão. Marco era um cara bonitão. Sem os óculos e com o cabelo voando ao vento, ela pôde ver todas as nuances do seu rosto e sorriu para si, pois sabia que se as outras meninas do campus o vissem desse jeito, ficariam loucas. Ele era lindo.

— Ok, mas prometa que vai me ensinar. — Ela disse, ainda hipnotizada pelo homem à sua frente..

— Eu prometo. — Ele sorriu docemente e ela pensou que fosse morrer.

Desde aquele dia, Charlotte e Marco ficavam sempre juntos durante o tempo livre. Ela saía com ele e com o resto da equipe editorial. Marco fazia questão de editar suas colunas pessoalmente e dava sugestões para tornar suas histórias mais interessantes para todos. Todas as quartas-feiras à tarde, eles tinham uma reunião no Gabinete Editorial do Jornal. Marco sempre trazia comida para todos. E nunca se esquecia de trazer uma caixa com os donuts favoritos de Charlotte.

Um dia, ela estava almoçando com uma das editoras, Caroline.

— Marco está encantado por você.

— O que?

— É isso aí, Marco gosta muito de você.

Charlotte corou. — Por que diz isso?

— Em primeiro lugar, ele nunca trouxe comida para a gente durante as reuniões, isso só começou quando você chegou. E em segundo lugar, ele não esquece seus donuts e seu Macchiato nunca.

— Ele é apenas gentil, Caroline.

— Não. Acredite em mim, Charlotte. Eu acho que ele é apaixonado por você. Ele não consegue tirar os olhos de você.

— Somos apenas amigos.

— Ah garota, cresça! Todo relacionamento começa com a amizade. — explicou Caroline.

O que Caroline disse era verdade. Marco a paquerava. Ele sempre levava flores, seu café e doces favoritos para ela no dormitório. Sem contar que ficavam sempre juntos, mesmo quando não tinham aulas ou coisas do jornal para tratar.

O ano escolar estava quase no fim. Marco estava animado para a sua graduação, mas também estava agitado. Ele sentiria falta de estar com Charlotte, já que ela continuaria em Harvard e ele teria que voltar para Nova Iorque para assumir a empresa de seu pai. Embora ele tivesse planos de visitá-la, ocasionalmente, não seria suficiente. Ele queria vê-la e estar com ela todos os dias.

Uma noite, eles estavam passeando no parque, quando Marco parou e tocou o rosto de Charlotte com ambas as mãos.

— Tenho que ser sincero, Charlotte. Minha formatura está acabando comigo, porque sei que assim que as aulas acabarem, eu sentirei muito a sua falta.

— Vou sentir falta de você também, Marco.

Os olhos Marco escureceram um pouco. Ele não sabia se era hora de dizer, mas ele disse mesmo assim. — Eu amo você, Charlotte. Eu não quero ficar longe de você.

Em seguida, ele a beijou com avidez e paixão. E ficou surpreso quando viu que ela correspondia energicamente. Seria possível que ela também o amasse? Eles se conheciam havia poucos meses, mas o que Marco sentia parecia ser amor para a vida toda. Será se Charlotte sentia o mesmo? Ele quis perguntar, mas preferiu continuar beijando-a, até que ela mesma quebrou o beijo, ofegante.

— Oh Marco, eu também amo você. — Charlotte tirou os óculos dele e penteou seus cabelos para trás. Ele era lindo e nem notava. Ela, na verdade, ficava impressionada que as outras meninas da faculdade não notassem isso. Debaixo dos óculos de armação grossa, do cabelo de nerd e das roupas largas, ele era um grande pedaço de mau caminho.

Charlotte traçou o polegar pelo lábio inferior dele, admirando sua boca bem feita. Marco beijou o polegar dela, em seguida, a palma da mão e voltou para a boca. Ele a beijava como se esse fosse ser o último beijo entre os dois.

Charlotte nunca tinha experimentado uma sensação tão eletrizante e por isso estava em chamas. Oh Deus!

Marco parou de beijá-la e a abraçou com força.

— Temos que parar, Charlotte, estamos no parque. — Ele riu.

— Oh, eu esqueci. — Charlotte disse e abraçou-o de volta.

— Vamos lá, eu vou levá-la de volta ao seu dormitório. Você terá aula amanhã cedo.

— Sim, senhor. — Ela sorriu e os dois andaram abraçados.

Depois do último dia de aula do ano, a colega de quarto de Charlotte a convidou para ir a um bar. A maioria dos seus colegas de classe estaria lá. Charlotte estava animada, pois nunca tinha ido a um bar antes. Ela não costumava frequentar esses ambientes, pois seus pais não eram a favor.

Mas quando Marco soube dos seus planos para a noite, discordou deles.

— Eu não quero que você vá a nenhum bar, Charlie. As pessoas nesses bares perto do campus são muito selvagens, ficam bêbados além da conta e usam drogas. Não vão te fazer nenhum bem.

— Mas Marco, meus colegas vão estar lá.

— Isso não significa que você tem que ir também.

— Você está sendo muito protetor. Eu não sou mais criança.

— Charlie, eu te amo. Só estou cuidando de você.

Charlotte apenas deu de ombros.

— Por favor, me prometa que não vai ao bar mais tarde.

— Eu não posso. Johanna vai estar lá e nós não vamos nos ver até voltarmos das férias.

Os ombros de Marco caíram.

— Só me prometa, Charlotte. Se você me ama, por favor, não vá.

— Isso é injusto.

— Por favor, querida.

— OK. Eu prometo.

Mas a promessa foi feita apenas para ser quebrada. Charlotte foi com Johanna ao bar, junto com seus colegas de aula. Eles estavam se divertindo no início, mas depois de algumas horas, o bar ficou muito cheio. Os alunos estavam muito bêbados, dançando loucamente e alguns até usavam drogas. Drogas que, de vez em quando, ofereciam quase à força a ela.

Marco estava certo, pensou Charlotte. Era melhor sair dali. Seu celular tocou na hora em que ela se levantou da mesa onde estava. Oh Deus, era Marco.

— Alô?

— Charlotte? Onde você está?

Charlotte não respondeu. Sentia-se culpada por não cumprir a promessa.

— Você está no bar, não está? — Perguntou Marco.

— Lamento, Marco. Eu realmente não pude dizer não a eles.

— Tudo bem, fique aí. Eu vou pegar você. — Marco disse com raiva.

— OK.

Poucos minutos depois, o bar estava um caos. Um grupo de estudantes começou a gritar e xingar um ao outro e não demorou muito para que começassem a brigar. O lugar ficou muito tumultuado.

Charlotte ficou contente quando Marco chegou. Eles já estavam prestes a sair quando um cara o socou e ele foi derrubado sobre a mesa. Quando se levantou, Marco socou o mesmo homem duas vezes entre a boca e o nariz e ele caiu no chão como um saco de batatas.

— Vamos lá, vamos lá. — Marco agarrou a mão de Charlotte e saiu com ela antes que alguém mais procurasse confusão com ele.

— Marco...

— Amanhã conversamos, Charlotte. É tarde.

Marco estava chateado com ela. Ela quebrou a promessa de não sair com os amigos para o bar. Ele lhe contou sobre os perigos e as coisas que aconteciam ali, mas ela não lhe deu ouvidos. Ou seja, ela não confiou nele.

— Tudo bem. Eu te amo. — Charlotte disse quando saiu do SUV.

Marco não respondeu apenas balançou a cabeça e, em seguida, partiu.

Marco acordou cedo na manhã seguinte. Ele iria para sua casa em Nova Iorque dentro de algumas horas, mas não queria ir sem falar com Charlotte e dizer que sentia muito por ter bancado o possessivo ciumento. Sua intenção era dizer para ela tomar cuidado, mas que não queria mandar na sua vida.

Por volta das oito da manhã, ele bateu na porta do quarto dela e esta foi subitamente aberta por um homem mais velho, vestido com um terno fino que o fez lembrar seu pai. Os olhos de Marco se arregalaram. Inferno!

— Bom dia, senador.

— Bom dia. Você deve ser Marco Villa-Lobos. — Seus olhos diziam que ele estava muito irritado.

— Sim senhor. — Marco entrou. Charlotte estava sentada em sua cama, com a cabeça inclinada. Sua mãe estava em pé ao lado dela e seus olhos brilhavam de raiva em direção a ele.

— Então... você é o jovem responsável por aquela algazarra na noite passada. Como você ousa levar minha filha para aquele bar lotado e começar a brigar como um cachorro de rua? Eu poderia processá-lo por isso! — A Sra. McKeena disse, histérica.

— Eu... Eu não... olha... deixe-me explicar. — Marco gaguejou.

— Não negue. Olhe isso aqui. — A Sra. McKeena empurrou um jornal para ele. — Eu achei que você fosse um bom rapaz. Mas você é uma má influência para a nossa filha e eu não quero que você a veja novamente. Você me dá nojo, assim como esses seus amigos drogados do bar em que estava.

Marco viu uma foto dele no jornal, socando o cara na noite passada. Outra foto mostrava-o arrastando Charlotte para fora. A manchete não era nem de longe algo para se dar uma boa primeira impressão aos pais de uma garota.

O notório filho de Eduardo Villa-Lobos, Marco Villa-Lobos, começa baderna em bar no campus e é flagrado arrastando a princesinha do senador McKeena.

Mas a manchete mentirosa não era bastante. Na matéria, ele foi mencionado como se estivesse bêbado e sob a influência de drogas.

— Charlotte, por favor, explique aos seus pais o que realmente aconteceu. — Marco pediu à garota, mas ela parecia não estar ouvindo.

— Charlotte já nos contou tudo. Não há nenhuma necessidade de você tentar se explicar, meu jovem. Você a forçou a ir àquele bar. — disse o senador.

— Isso não é verdade, senhor.

— Confirme o que disse, filha. — O Sr. McKeena olhou para Charlotte.

Marco ficou irritado, mas forçou um sorriso. Só podia haver um mal entendido. Charlotte não tinha dito nada disso. Não era possível que ela fosse tão dissimulada.

— Charlie, fale comigo. O que o seu pai está dizendo não faz nenhum sentido. Conte a eles a verdade.

— Meu pai já disse tudo, Marco. Eu não quero mais ver você, você é uma má influência para mim e para a minha futura carreira.

Charlotte se virou de costas para ele na cama e começou a chorar, mas sem deixa ninguém perceber. Marco não podia acreditar em seus próprios ouvidos. Ele ficou chocado, magoado e principalmente, com muita raiva. Então simplesmente se virou e bateu a porta.