PRÓLOGO
"Você tem uma filha linda, amigo.”
“Claro, amigo. Está no sangue.” O pai de Emma, David Hollis, tomou um gole do seu vinho. Os dois homens conversavam no jardim da residência de Hollis enquanto observavam a pequena Emma, de sete anos, e Levi, de dez anos, que brincavam de peteca.
“E teu filho parece ficar cada vez mais bonito que você, Everett,” disse David, colocando seu copo no chão.
O homem chamado Everett riu.
“Onde está a mãe dele, a Isabella?” David perguntou.
Everett não respondeu, apenas tomou um gole de sua bebida.
“Você ainda está sendo dominante com ela? Não deveria ter tratado sua esposa como sua submissa—”
“Não quero falar sobre isso, amigo. É fácil para você dizer já que amava sua esposa antes de se casar. Enquanto eu... fomos forçados a um maldito casamento.” Dor e loucura eram visíveis nos olhos de Everett.
“Você deveria ter pedido o divórcio, Everett. Homens não devem machucar mulheres. Diga, você não ama Isabella, mas veja, você adora e ama seu filho. E ele é filho de Isabella. Você deveria parar de tratar sua esposa como sua escrava na cama, amigo. Nós não estamos ficando mais jovens,” disse David.
Everett suspirou.
“E se Levi acabar vendo como você trata sua esposa?”
“Ele viu uma vez. Quando...” Everett passou a mão no rosto, “quando eu estava a açoitando em nossa sala de jogos—”
“O quê?”
“Foi minha culpa por ter esquecido de trancar a porta. Eu tenho câncer, David. Você sabe disso. Nunca fui vocal sobre meus verdadeiros sentimentos desde então. Eu não quero deixá-los — eu... eu gosto da Isabella. Mas... esse sentimento dominante que deixei crescer dentro de mim, superando meu afeto por ela. Eu não posso simplesmente admitir na frente dela que estou arrependido por anos a tratando apenas como um brinquedo e não como uma esposa.”
David podia sentir o fardo do seu melhor amigo. Ele estava contra o comportamento de Everett para com Isabella desde sempre, mas ela implorou para que o deixassem em paz.
Isabella e Everett foram forçados a se casar pelos pais em prol da expansão dos negócios.
“Eu venho lutando contra essa doença desde que estávamos na faculdade, David. Isabella sabia disso também, e ela sabia que eu sou dominante. Eu não forcei a me submeter a mim. Eu até dei a ela a chance de me deixar — Caramba!”
“Então só explique para o seu filho. Conte a ele tudo.”
Everett balançou a cabeça. “Ele só tem dez anos. Contarei quando ele tiver idade.”
David balançou a cabeça. “Só tente.” Ele deu tapinhas nos ombros de Everett.
***
NUMA BELA MANHÃ, Emma decidiu ficar no jardim da Universidade onde ela poderia ficar no lugar perfeito para observar seu paixão — Levi Liam. O rapaz é três anos mais velho que ela e já está no último ano como estudante universitário. Ele é seu amigo de infância, pois seus pais foram melhores amigos durante os tempos de faculdade. Tendo uma queda pelo rapaz desde então, acontece também que ela o seguiu para a universidade — bem, ela enfrenta dificuldades no começo, uma vez que Levi foi para uma escola da Ivy League e ela não é tão inteligente quanto Levi, mas ela fez o seu melhor para entrar na universidade. Agora, ela está no segundo semestre do primeiro ano.
“Levi vai derreter se você continuar olhando para ele, Emma.”
Emma suspirou profundamente e encarou sua amiga, Layla. É o tempo vago delas antes da última matéria da manhã.
“Eu simplesmente não consigo tirar os olhos dele.”
Layla riu, o que fez Emma franzir a testa. “Continue sonhando, garota. Levi já tem uma namorada e eles estão no quarto ano do relacionamento deles. E você…” Layla a olhou de cima a baixo, “você é apenas a amiga de infância dele — a irmãzinha dele.”
Emma suspirou profundamente enquanto tomava seu chá de matcha com leite.
“Apenas aceite que você nunca terá a chance. Veja… em alguns meses, ele já terá deixado a universidade. Assim como a namorada dele. Logo, eles se casarão um com o outro —”
Emma ergueu a mão direita na frente do rosto de Layla. “Pare.” Ela encarou Layla. Elas são apenas amigas há alguns meses e Layla age como se já soubesse de tudo. Bem, ela gosta de Layla e já a considera sua melhor amiga, mas toda vez que ela está falando sobre seu amor por Levi, Layla nunca a apoia. Elas podem ser parceiras em muitas coisas, mas quando se trata do seu afeto por Levi, Layla nunca está ao seu lado.
"Que tipo de amiga você é?" Emma perguntou.
"Emma... Por mais que eu queira te apoiar, com seu amor não correspondido, eu simplesmente não consigo tornar impossível o possível. Olhe como Levi olha para a namorada. Ele está apaixonado, profundamente apaixonado. E Levi nunca namorou outras mulheres, ele nunca tentou trair —"
"De onde você tirou essa notícia? Você era apenas uma caloura... como eu," Emma perguntou, confusa.
Layla coçou a parte de trás da cabeça. "Pesquisa. Ok," Layla suspirou, "Eu perguntei a alguns dos colegas de Levi —"
"Você quer dizer que flertou com um deles para obter informações?" Bem, é o jeito de Layla. Ela vai flertar — como se ela meio que gostasse do cara, mesmo que esteja apenas usando eles.
Layla desviou o olhar e mordeu seu sanduíche.
"Caramba, Layla. Você não precisa fazer isso —"
"Eu só quero te ajudar — ok. Tudo bem. Eu tentei te ajudar com Levi, mas quando descobri essas coisas, percebi que é inútil. Então, seja lá o que você sente por ele, apenas enterre."
Emma sorriu e olhou para Levi que agora estava beijando sua namorada à francesa. "Eu vou fazer dele meu. Você verá."