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Nos Encontramos de Novo

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Concluído

Lobisomem/Vampiro

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Introdução

Catherine foi expulsa de sua matilha porque o filho do Alfa não queria nada com ela. Devastada, ela foi forçada a deixar sua casa. Seis anos depois, ao retornar, ela descobriu que as coisas pareciam iguais, mas tudo havia mudado. Catherine descobriu que o filho do Alfa era na verdade seu companheiro, e ele a mandou embora para protegê-la. Será que Catherine ia perdoá-lo e aceitar suas desculpas? Rafael sempre soube que Catherine era sua companheira, mas ela era muito jovem para ser marcada. Temendo que pudesse machucá-la, ele tomou a difícil decisão de mandá-la embora, enquanto secretamente monitorava seu bem-estar. Quando Catherine voltou como uma mulher madura e deslumbrante, ela manteve distância dele. Será que Rafael teria coragem para revelar a verdade e reconquistar Catherine?
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Chapter 1

Catherine

Conforme íamos à minha casa, não consegui me conter e olhei pela janela do táxi. Já fazia quase seis anos desde que eu tinha deixado minha matilha, Green Lake. Fui mandada embora pelo filho do alfa e planejava retornar depois de um ano, mas não tive vontade de voltar e ficar cara a cara com a pessoa que tinha me magoado tanto.

Enquanto estive afastada deles, fiquei morando com a matilha do meu tio, chamada Sliver River. Foi uma experiência transformadora. O treinamento deles era rigoroso, mas eu me destacava, embora na matilha Blue Shadow Moon o treinamento só começasse aos dezesseis anos, enquanto aqui todos começavam aos quatorze.

Quando vi a floresta, fui tirada dos meus devaneios, e o táxi virou e foi em direção ao território da matilha. Senti que havia lobos espreitando na floresta, o que me fez suspirar; isso com certeza seria complicado.

O filho do alfa, Rafael, ou Rafael Raener, como era formalmente conhecido, era o melhor amigo do meu irmão. Ambos eram seis anos mais velhos que eu e estavam na idade perfeita para encontrar suas companheiras. Falando em companheiro, presumi que o meu seria da matilha do meu tio, porém não foi o caso. Nós, lobisomens, costumávamos encontrar nossos companheiros aos dezenove anos, e eu tinha acabado de completar vinte. Escolhi não agir de acordo com o estereótipo da mulher que espera pela sua alma gêmea. Afinal, e se eu não encontrasse meu companheiro antes dos vinte e nove anos? Eu não suportaria ser ridicularizada pelos outros por ser a virgem mais velha da matilha.

A principal razão para voltar à minha matilha era que meu irmão tinha encontrado sua companheira, Susan. Richardson, que nunca viu graça em garotas, se transformou aos treze anos. Quando fui embora ele havia acabado de terminar com a ex-namorada, que me atormentava sem parar. Fiquei aliviada ao saber que ela não era a companheira dele. Desde que minha mãe faleceu, quando eu tinha dez anos, nós três ficamos sozinhos. Meu tio nos visitava uma vez por mês para nos ver, e a tristeza que meu pai demonstrou ao perder sua companheira me fez questionar se eu queria mesmo ter um.

Quando fui forçada a abandonar minha matilha, meu tio me apoiou, embora eu não estivesse ansiosa para ir com ele. Eu só queria desaparecer ali mesmo. Rafael não me deu nenhum motivo decente, apenas disse uma coisa imatura, mas que me marcou profundamente. Ele falou que eu era jovem demais para ele e que ele conseguia encontrar alguém melhor.

Talvez não seja uma surpresa saber que eu tinha uma queda por ele desde os treze anos, ou talvez até desde antes. Rafael já era atraente naquela época, mas eu não fazia ideia de como ele estava agora, já que não o adicionei às minhas contas nas redes sociais. No entanto, eu suspeitava que ele tivesse continuado de olho em mim, considerando que meu irmão deu "like" em algumas fotos que não deveria. Eu só queria esquecê-lo.

Ao passarmos pela casa da matilha, não pude evitar olhar para ela; não tinha mudado nada desde que saí. Para a maioria das pessoas, parecia um hotel, mas servia de casa para muitos membros da matilha que tinham perdido os lares após ataques de renegados ou desastres naturais.

O taxista passou por ela e continuou dirigindo. Momentos depois, minha casa apareceu. Não contive meu sorriso; a casa também estava exatamente como eu me lembrava, apenas com mais flores nos canteiros em volta dela, flores que meu pai havia plantado para minha falecida mãe. Costumávamos cuidar delas juntos.

O táxi estacionou, e eu desci. Olhei em volta, contudo não vi ninguém. Dei a volta no veículo e peguei minha bolsa com o motorista, que aguardava o pagamento. Ele não conversou comigo em momento algum, o que me agradou bastante, considerando o quanto eu estava nervosa em voltar. A julgar pela sua expressão, suspeitei que ele sabia que era melhor me deixar quieta, já que ele era um membro da matilha também.

O motorista voltou para dentro do táxi e foi embora, deixando-me plantada ali, extremamente ansiosa por estar de volta em casa.

"Você tá bem aí?", perguntou Pasiley, minha loba, dando um sorrisinho.

Grunhi em resposta: "Sim, só tô tentando entender se isso é uma boa ideia".

Pasiley olhou para mim e suspirou. "A gente precisava voltar. Treinamos muito e, quem sabe, talvez agora seja a hora de encontrarmos nosso companheiro."

Ela estava obcecada em encontrar nosso companheiro desde o ano passado, só que eu ainda não gostava muito da ideia.

"Vai saber, pode ser que a gente encontre até dois", acrescentou ela, sem parar de sorrir.

Por que eu tinha a loba mais tarada do planeta?

"Eu gosto tanto de homens quanto de mulheres", riu Pasiley.

Sorri, lembrando do nosso último encontro. Eu não era mais virgem e gostava de me divertir quando queria. Eu tinha beijado uma garota e, como cantou Katy Perry, gostei disso. Agora eu já poderia dizer que era algo que experimentei, mas ainda preferia homens.

Através dos meus olhos, Pasiley olhou para a casa. "Não mudou nada", observou ela.

Suspirei. "Bem, vamos acabar logo com isso", disse eu.

Pasiley assentiu e ficou por perto, porém sem se intrometer. Fui até a porta da frente e bati.

Esperei um pouco até que a porta se abrisse, momento em que vi meu pai do outro lado, dando um grande sorriso. "Catherine!", exclamou ele, puxando-me para perto e me dando um abraço caloroso. Larguei a bolsa e o abracei de volta, sentindo seu reconfortante cheiro de pinheiros, do qual eu sentia muita falta. Senti que minha loba também ficou muito contente ao inalar aquele cheiro familiar ao nosso redor.

Meu pai se afastou, ainda sorrindo. "Pensei que você só chegaria mais tarde", afirmou ele, abaixando-se para pegar minha bolsa. "Hoje, a gente vai comer em família."

Enquanto eu o acompanhava para dentro de casa, gemi alto, contrariada.

Ele levantou uma sobrancelha e virou a cabeça para me encarar. "Catherine, faz seis anos que a gente não te vê", disse o meu pai, virando-se para mim. Ele colocou minha bolsa no sofá. "Sei que trocamos mensagens e ligamos um pro outro, mas não é a mesma coisa de ter você aqui fisicamente. Além disso, Richardson mal pode esperar pra te ver."

Suspirei, mas sabia que ele estava certo. "Eu sei... É que acabei de chegar e preciso muito de um banho quente primeiro", falei. "Talvez de um cochilo também. Você já pegou três tipos diferentes de transporte com dois bebês que não paravam de gritar e um passageiro irritante que reclamava de tudo? O humano teve sorte de Pasiley estar dormindo, porque eu teria deixado ela sair pra cuidar dele."

Meu pai sorriu. "Eu adoraria ver Pasiley dar as caras." Ele deu uma risadinha.

A maioria dos lobisomens se transformava pela primeira vez aos doze anos, mas eu me transformei aos dez, quando vi minha mãe morrer, o que serviu de gatilho para a transformação. Meu pai estava por perto, mas Pasiley protegeu o corpo sem vida da minha mãe quando ele veio nos socorrer. Eu passei três dias na forma de loba enquanto lutava para aceitar tudo isso. Foi aí que meu pai conheceu Pasiley e fez Richardson ficar com Rafael e o pai dele, alegando que eu estava chateada e não queria ver ninguém. Meu pai e eu éramos os únicos que sabiam que eu tinha uma loba; era nosso segredo.

Ele provavelmente temia que eles fossem me forçar a treinar desde cedo, mas quando os outros acabaram descobrindo, a lei já havia mudado, permitindo que as garotas começassem a treinar aos dezesseis anos e meninos aos quatorze. Essa mudança me irritou porque parecia injusta. Para mim, as mulheres poderiam ser tão formidáveis ​​quanto os homens, se não mais.

Meu pai pigarreou, trazendo-me de volta a mim. "Em que você tava pensando?", perguntou ele.

"Nada, não", respondi e dei um sorriso. "Só nós quatro vamos jantar, né?"

Meu pai olhou para mim e assentiu. "Sim, só nós quatro e ninguém mais. Todos os outros estão fora, de qualquer forma, mas vão voltar amanhã."

Fiquei encarando-o, sentindo que ele estava escondendo alguma coisa de mim, mas resolvi ignorar o sentimento. "Vou pro meu quarto", anunciei enquanto me aproximava do sofá e pegava minha bolsa.

Ele ficou me observando. "O jantar vai estar pronto daqui a três horas, aí você vai conhecer a Susan", disse ele, dando um sorriso carinhoso.

Assenti sem responder, pois ainda estava esgotada pela viagem. Quando pensei no jantar, comecei a me preocupar, principalmente por não saber quem mais meu pai havia convidado.

Com a bolsa pendurada no ombro, subi as escadas. Ao me aproximar da porta aberta do quarto, parei na entrada e fiquei olhando para aquele lugar familiar. Meu pai não havia mexido em nada: as paredes ainda estavam enfeitadas com roxo, e os pôsteres dos quais eu gostava antes de ir embora ainda estavam colados ali. O quarto tinha um cheiro de mofo, provavelmente porque fazia tempo que não abriam a janela.

Deixei a bolsa cair no chão e fui abrir a janela para deixar entrar ar fresco. Suspirei, pensando no que fazer a seguir. Talvez eu devesse arrumar as coisas, para que refletissem melhor quem eu havia me tornado.

Eu tinha três horas para matar até o jantar, o que era bastante tempo; manter-me ocupada com a redecoração ajudaria a evitar que eu pensasse na noite de hoje e nos convidados misteriosos que meu pai havia convidado.