Bryce e Aisha era um dos casais mais admirados da cidade.
Bonitos e bem sucedidos, os pombinhos estavam de casamento marcado e não viam a hora de formalizar o compromisso que os unia, diante de toda a sociedade.
— Não vejo a hora de estarmos todos os dias sob o mesmo teto e poder te amar a qualquer momento, Aisha — dizia Bryce para a sua noiva.
— Também quero que esse momento chegue logo. Mas… não seria melhor adiar por alguns meses o nosso casamento? — Aisha perguntou ao futuro esposo.
— Para que adiar o dia mais feliz das nossas vidas, Aisha? — falou Bryce carinhosamente.
— Você tem razão. Então, não vamos adiar coisa nenhuma, a data do nosso matrimônio — disse Aisha concordando.
Tanto Bryce quanto Aisha queriam muito que o dia do casamento entre ambos chegasse logo.
Mas, houve um momento em que a jovem herdeira pensou bastante sobre a boda. Se, não seria de mal gosto celebrar uma enorme festa, menos de dois meses depois do seu pai ter falecido.
Aisha era herdeira de uma das maiores redes de hotelaria do país. E ainda muito cedo começou a se preparar para assumir a presidência das empresas da família.
Filha única do primeiro casamento do seu pai, Aisha cresceu sendo um grande orgulho para ele.
Sua mãe abandonou o lar quando ela ainda era uma garotinha e, desde então, a jovem não teve mais notícias dela.
Sullivan, pai de Aisha, anos depois, firmou compromisso com uma viúva, que por sua vez também tinha uma filha.
Chama-se Marie, a filha de Eva, nova mulher do seu pai.
De início as duas garotas se deram bem, mas daí começou a fase adulta e elas se afastaram e se viam novamente como duas estranhas compartilhando a mesma casa.
O noivo de Aisha, Bryce, era também herdeiro do mesmo ramo de negócios, hotelaria, a diferença é que o rapaz tomou à frente dos negócios da família, mesmo antes de se formar na faculdade.
Os dois se conheceram em um coquetel, durante um congresso de donos de hotéis, na Europa.
Para Aisha, foi amor à primeira vista. Começaram a conversar e se identificaram.
Na volta marcaram de se encontrar. E depois de alguns encontros veio o namoro, em seguida o noivado e rapidamente já estavam de casamento marcado.
Para iniciar a vida conjugal, o casal optou por morar numa enorme casa. Com piscina, academia, quadra de tênis e até um heliponto.
— Oi, Bryce. Estou aqui em casa com a designer de interiores. Você não quer vir até aqui para decidir de qual lado fica melhor nossos closets? — Aisha ligou para saber a opinião do noivo.
— Eu confio em você, querida. E tenho certeza que com a ajuda da profissional, fará a melhor escolha — respondeu Bryce.
— Mas Bryce, você também deve dar alguma opinião, em relação à nossa futura casa.
— Já disse, confio totalmente em você, Aisha. O seu bom gosto não falha.
Aisha sentiu-se feliz com o elogio do noivo. Ao mesmo tempo em que também ficou pensativa em relação ao futuro marido não se envolver em nada, referente à casa.
Bryce, em conjunto com Aisha, apenas escolheu a casa onde iriam morar, e olhe lá.
O trabalho de procurar em sites e marcar visitas com representantes de corretoras foi tudo por conta da jovem.
Mas Aisha deixou passar esse importante detalhe. Pois de acordo com o que ela pensava, Bryce era um executivo que só pensava em trabalho e que mal encontrava tempo para cuidar de si mesmo. Mas quando ambos se casassem, Aisha saberia fazer com que o então esposo mudasse alguns dos maus hábitos.
A vida de Aisha foi uma grande correria, naquele determinado período.
Além dos preparativos do casório, ela ainda teve que lidar com as questões da empresa. Ainda bem que a sua madrasta era uma ótima pessoa e a ajudava em tudo que ela precisava.
— Desacelere um pouco, Aisha, — aconselhava Eva a sua enteada. — É capaz de você ter uma síncope e aí, como é que ficam as coisas?
— Agradeço a preocupação, Eva. Mas eu estou bem e, acredite, não vai me acontecer nada, — dizia Aisha.
Eva, madrasta de Aisha, sentiu-se feliz em presenciar a felicidade da enteada. Porém, a mulher não concordou com a realização do casamento tão rápido. Ela até teve o pensamento de aconselhar a filha do falecido marido, para adiar tanto o casório no cartório, como a cerimônia religiosa. Mas, preferiu ficar calada e assim evitar qualquer tipo de atrito com a jovem.
Eva chegou a comentar o que pensa sobre o casamento às pressas da enteada com Marie, sua filha, porém a mesma respondeu de forma brusca a própria mãe.
— Não se meta onde não foi chamada… Deixa a sonsa quebrar a cara.
— Quebrar a cara? Por acaso sabe de algo que eu não saiba? — Eva perguntou intrigada.
— Eu? Claro que não, mamãe… Eu me expressei mal. O que eu quero dizer é que para mim tanto faz se a Aisha for infeliz ou feliz em seu casamento.
— Ah, bom! — exclamou Eva. — Porém não custa nada, você desejar boa sorte para a sua irmã.
— A Aisha nunca foi minha irmã, mamãe.
— Como não, filha? Vocês duas estiveram o final da infância e toda a adolescência juntas. Até hoje moram na mesma casa. E você diz que não a considera a sua irmã?... Me diga, o que foi que a Aisha que te fez, para você não considerá-la? — Marie calou-se diante da interrogação da mãe. Sendo que em seguida balbuciou algo indecifrável e saiu apressada.
Marie estava de saída. Ela ia ao shopping, mas na saída deu de cara com Bryce, na sala.
Os dois não se cumprimentaram, apenas se olharam.
Enquanto Marie atravessou a porta, Aisha surgiu no topo da escada. Desceu os degraus rapidamente e se jogou nos braços do noivo.
— Você por aqui? Mas por que não me avisou que vinha. Pois apenas quero que me veja bonita e arrumada — Aisha declarou.
— Não se preocupe Aisha. É bonita de todo jeito, e você sabe muito bem disso.
O casal ficou por alguns instantes abraçado e expressando declarações bobos, que qualquer casal romântico costuma fazer, quando se está apaixonado. Até que a jovem se lembrou de ver a meia-irmã sair, minutos antes e questionou o seu noivo.
— A Marie acabou de sair. Por acaso ela falou com você?
— Não Aisha. A sua irmã não falou comigo.
— Eu não entendo aquela garota, sério. Custava alguma coisa ela te cumprimentar? Bryce, por acaso você e ela se desentenderam por alguma coisa?
— Claro que não Aisha. Nunca houve qualquer tipo de questão entre a Marie e eu. Já que mal nos falamos e se existe indiferença na nossa relação, é apenas da parte dela. Mas vamos deixar a sua irmã para lá. Isso porque vim até aqui para te levar para jantar fora.
— Jantar fora! — Aisha exclamou. — Mas Bryce olha só como eu estou. Eu preciso me arrumar antes, — disse a jovem indo em direção a escada.
— Acredite em mim. Você não precisa se arrumar. Está ótima — Bryce disse segurando delicadamente o braço da noiva.
— Mas deixa ao menos eu subir e pegar minha bolsa, está bem?
Aisha subiu para o andar de cima, enquanto Bryce ficou à sua espera.
Eva apareceu na sala, cumprimentou o rapaz e eles iniciaram uma tímida conversa.
Bryce pareceu tentar se esquivar de algumas das perguntas da madrasta da noiva. Ainda bem que Aisha voltou logo e ele pode dar fim aquela conversa.
— Até mais tarde, Eva. Por favor, não precisa ficar acordada até tarde me esperando.
— Está bem, Aisha. Tenha um ótimo jantar com o seu noivo, — desejou Eva para a enteada.
— Boa noite, Eva. Até qualquer hora — disse Bryce para a mulher, antes de partir, acompanhado pela noiva.
